A recente saída da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) do Brasil gerou controvérsias e ação da bancada do PSOL, que acionou a Corregedoria da Câmara dos Deputados. A legenda alega uma “flagrante ilegalidade” na ação da parlamentar, apontando que ela não só desrespeitou o Código de Ética e Decoro Parlamentar, mas também falhou em zelar pelo prestígio das instituições democráticas e em exercer seu mandato com dignidade e probidade. O ofício foi entregue ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta terça-feira.
A polêmica em torno de Zambelli
Em um documento enviado ao Corregedor Parlamentar, Diego Coronel, a líder da bancada do PSOL, deputada Talíria Petrone, destacou que as ações de Zambelli são “puníveis” de acordo com o Código de Ética da Câmara. O contexto se intensifica após a parlamentar ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), revelando indícios de ações ilegais e despautérios no exercício de seu mandato.
Investigação sobre a partida de Zambelli
Investigações indicam que Carla Zambelli teria deixado o país por uma rota terrestre, passando pela cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, e cruzando a fronteira com a Argentina. Com base em apurações preliminares, a deputada teria se dirigido até a cidade de Puerto Iguazú, a apenas 16 quilômetros de Foz do Iguaçu, antes de seguir para Ezeiza, na província de Buenos Aires, de onde embarcou com destino aos Estados Unidos. Essa movimentação levanta questionamentos sobre suas intenções e sobre a real necessidade de sua saída do Brasil.
Posição da deputada sobre sua saída
Em entrevista à Rádio Auriverde, Zambelli afirmou que sua saída do país ocorreu para tratar questões de saúde, além de se declarar vítima de “perseguição judicial” após sua condenação. O advogado de Zambelli, Daniel Bialski, confirmou que a parlamentar saiu do Brasil para dar continuidade ao tratamento de saúde, mas, por motivos de foro íntimo, optou por deixar a defesa da deputada.
A expectativa da Procuradoria-Geral da República
A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve solicitar ao STF a prisão preventiva da deputada, após a manifestação desta terça-feira. Caberá ao STF decidir sobre a prisão, em meio a esse cenário que envolve a busca pela responsabilização dos atos cometidos por Zambelli. Para complicar ainda mais a situação, a parlamentar deixou o país antes da conclusão do julgamento de todos os recursos relacionados à sua condenação, que pode resultar em pena de prisão e perda do mandato parlamentar.
A acusação de falsificação
O caso de Carla Zambelli é envolto em gravidade, pois, segundo a PGR, ela e um hacker identificado como Walter Delgatti são acusados de elaborar e inserir documentos falsos no sistema do CNJ. Dentre esses documentos, estava um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes, que foi redigido como se tivesse sido assinado por ele mesmo, sendo incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ.
Esses desdobramentos colocam a saída de Carla Zambelli sob forte escrutínio, levantando questões não apenas sobre suas ações como deputada, mas também sobre a integridade do sistema legislativo e a confiança nas instituições democráticas no Brasil. À medida que as investigações avançam, o PSOL e outros partidos políticos também acompanharão atentamente o desenrolar desse embate judicial que poderá impactar o cenário político nacional.