A demolição do resort de luxo pertencente ao traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, foi retomada nesta terça-feira, 3 de junho, em uma operação da Polícia Militar que começou nas primeiras horas da manhã. O imóvel, localizado na Cidade Alta, é considerado um símbolo da ostentação e do poder da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), da qual Peixão é um dos chefes.
Demolição e impacto comunitário
A demolição começou em março, e o resort de alto padrão possui piscina, área gourmet, palco para shows, um monte de oração e até uma academia. A coronel Cláudia Moraes destacou que a demolição representa “uma pá de cal nessa estrutura que era o símbolo da ostentação e do poder dessa facção criminosa e desse criminoso na região”. Essa ação é vista como uma tentativa de desmantelar a influência do tráfico de drogas na comunidade.
Álvaro “Peixão” é um notório criminoso, com pelo menos 50 registros em sua folha criminal e cerca de 20 mandados de prisão por diversos crimes, incluindo tráfico de drogas, homicídio e tortura. Ele se tornou um dos criminosos mais procurados do estado do Rio de Janeiro e está sendo investigado por terrorismo, após ordenar uma série de ataques em áreas urbanas que resultaram em mortes e feridos.
Operação e situação do trânsito
A operação também impactou o trânsito na Avenida Brasil, que foi fechada nos dois sentidos nas proximidades de Vigário Geral. O fechamento ocorreu por razões de segurança em decorrência de intensos tiroteios durante a busca e a demolição do resort. A interrupção no fluxo aconteceu por volta das 4h42 e foi reaberta às 5h24. Até o momento, não há informações de detidos ou feridos nessa operação.
As autoridades, incluindo o secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, confirmaram que, além da Avenida Brasil, as ações da PM estão se concentrando em comunidades como Cidade Alta, Parada de Lucas, Pica-pau e Cinco Bocas. Nas redes sociais, motoristas relataram momentos de pânico e a presença maciça de viaturas da Polícia Militar na região.
Fechamento de escolas e serviços de transporte afetados
Como consequência direta desta operação policial, a circulação de trens no ramal Saracuruna também foi suspensa. A Mobi-Rio, responsável pelo transporte público, informou que alguns serviços do BRT no corredor Transbrasil estão operando com intervalos irregulares, afetando as seguintes linhas: 60 (Deodoro x Gentileza – Parador), 61 (Deodoro x Gentileza – Expresso) e 71 (Vigário Geral x Gentileza – Expresso).
Além disso, 17 unidades escolares localizadas nas comunidades da Cidade Alta, Parada de Lucas e Cinco Bocas permanecem fechadas, gerando preocupação entre pais e alunos sobre a continuidade das aulas e a segurança dos estudantes durante esse período de operações policiais.
Conclusão
A demolição do resort de Peixão marca um passo significativo na luta contra o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. No entanto, a operação também traz à tona questões cruciais sobre a segurança das comunidades e o impacto nos serviços essenciais, como transporte e educação. Enquanto as autoridades buscam desmantelar a influência do tráfico, a sociedade civil observa de perto as consequências das ações policiais nas áreas mais afetadas.
