O cantor MC Poze do Rodo foi solto nesta terça-feira (3), após decisão da Justiça do Rio. O funkeiro estava preso desde 29 de maio, acusado de apologia ao crime e associação ao tráfico. A libertação ocorreu após o desembargador Peterson Barroso Simão apontar irregularidades na atuação policial. Neste contexto tumultuado, centenas de fãs se reuniram em frente ao presídio Bangu 3, onde esperavam ansiosamente pela saída do artista, e enfrentaram diversos confrontos com a polícia.
A prisão e a decisão da Justiça
A prisão de MC Poze aconteceu em uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, realizada no Recreio dos Bandeirantes. O desembargador Simão criticou a abordagem policial, afirmando que a prisão era desnecessária. Em seu despacho, ele destacou que o artista foi algemado e tratado de forma desproporcional. “O paciente teria sido algemado e tratado de forma desproporcional, com ampla exposição midiática”, escreveu o magistrado.
De acordo com a Justiça, os materiais apreendidos durante a operação são suficientes para dar continuidade à investigação, sem a necessidade de manter a prisão preventiva do cantor. Além disso, a decisão trouxe alívio não apenas para o artista, mas também para seus fãs, que demonstraram grande apoio ao longo do período de detenção.
Protestos e repressão policial
Após a notícia da libertação, uma verdadeira multidão se formou em frente ao presídio Bangu 3, à espera de MC Poze. A atmosfera era de celebração, mas a situação rapidamente se tornou tensa quando a Polícia Militar interveio para dispersar a aglomeração, utilizando cacetetes e gás de pimenta. Esse tipo de repressão levantou questões sobre a atuação da polícia em manifestações populares, especialmente quando se trata de artistas populares como Poze.
Entre os apoiadores que se reuniram em apoio a MC Poze estava o também cantor MC Oruam, que também enfrenta problemas com a Justiça fluminense. A presença de Oruam no protesto acentuou a solidariedade entre os artistas e seus fãs, fortificando a ideia de resistência cultural.
Oruam em cima do ônibus agitando a galera.
Essa porra tá parecendo final de copa do mundo mas é só a galera esperando o MC Poze KKKKKKKKKKKKKKK que porra é essa mlk?pic.twitter.com/Yl45EXDpPR— REAL MIL GRAU (@realmilgrauu) June 3, 2025
Questões pessoais e investigações em andamento
Enquanto isso, a influenciadora Vivi Noronha, esposa de Poze, também se tornou alvo de um mandado de busca por suposta lavagem de dinheiro ligada à facção Comando Vermelho. Essa operação aconteceu após a morte de um traficante conhecido como Professor, que era investigado por movimentar R$ 250 milhões.
De acordo com o Coaf, dois depósitos de quase R$ 1 milhão foram feitos por supostos laranjas nas contas de Vivi. “Ela e sua empresa figuram como beneficiárias diretas de recursos oriundos da facção Comando Vermelho”, informou a Polícia Civil. A operação resultou em mandados cumpridos no Rio e em São Paulo, com bloqueios em 35 contas bancárias.
Vivi Noronha se manifestou nas redes sociais, expressando sua indignação: “Fomos tratados como criminosos – eu, minha família e amigos – e nossa privacidade foi completamente desrespeitada.” A influenciadora questionou a coincidência entre a operação e a soltura de seu marido, levantando suspeitas sobre a motivação da polícia em sua abordagem.
*Reportagem em atualização