Uma pesquisa do programa Amazônia em Casa, da Climate Ventures, analisou 222 marcas nativas da Amazônia, evidenciando suas forças e obstáculos na busca por sustentabilidade e viabilidade financeira. Os resultados ressaltam o papel estratégico do setor na valorização da floresta e na geração de renda local.
Principais desafios e oportunidades das marcas amazônicas
Segundo o estudo, as marcas enfrentam gargalos logísticos, alta informalidade e baixa sustentabilidade financeira. Cerca de 29% não possuem colaboradores fixos, e apenas 35% apresentam sustentabilidade financeira, com faturamentos entre R$ 50 mil e R$ 500 mil ao ano. Mesmo assim, muitas atuam no mercado com foco na sustentabilidade e na preservação ambiental.
Segmentos de destaque e valor agregado
Cerca de um terço (32%) das marcas trabalha com alimentos, enquanto 21% produzem cosméticos naturais — áreas com alto apelo de mercado, especialmente no exterior. Além disso, 83% priorizam matérias-primas colhidas de forma sustentável, promovendo a educação dos consumidores sobre a importância da preservação da floresta.
Localização e perfil das marcas
O levantamento aponta que 71% das marcas estão na Região Norte, especialmente no Pará (mais de um terço) e no Amazonas (quase um quarto). No Sudeste, residem 18%, e apenas 1% no Sul, com produção de insumos na própria Amazônia e processamento regional.
Insumos e modelagem de negócios
Os principais insumos utilizados incluem frutas e sementes (61%), castanhas (38%) e fibras de frutos ou sementes (35%). Quanto ao modelo de negócios, 92% atuam no B2C, vendendo diretamente ao consumidor, enquanto 59% também atendem empresas (B2B) e metade operam no formato B2B2C.
Perspectivas futuras e impacto na floresta
Apesar das dificuldades, as marcas destacam o potencial de um caminho sustentável para a exploração econômica da floresta, valorizando suas riquezas naturais e fortalecendo a economia local. O estudo reforça a importância de políticas que promovam a formalização, o acesso a crédito e a valorização da produção sustentável na Amazônia.
Para aprofundar na análise das marcas nativas e seus desafios, acesse a matéria completa.