Brasil, 5 de junho de 2025
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Lula comenta atritos entre pastas sobre licenciamento ambiental

Presidente vê como natural conflitos entre áreas do governo, como a ambiental e a econômica, em entrevista sobre novo projeto de lei.

Em sua mais recente entrevista coletiva, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou questões sensíveis que envolvem o atrito entre diferentes pastas de seu governo, especialmente nas áreas ambiental e econômica. A declaração ocorreu na terça-feira (3) e teve como pano de fundo o Projeto de Lei 2.159, que estabelece um novo marco para o licenciamento ambiental no Brasil.

O projeto de lei controverso

Conhecido como “PL da Devastação” por seus críticos, o PL 2.159 visa, segundo seus defensores, agilizar os processos de licenciamento ambiental, especialmente para atividades que não representam riscos significativos ao meio ambiente. O texto, já aprovado no Senado e que agora segue para a Câmara dos Deputados, prevê a dispensa de licenciamento para empreendimentos agropecuários e atividades de soberania nacional ou calamidade pública, aspectos que geram intensos debates entre ambientalistas e setores produtivos.

A proposta é vista por muitos como um retrocesso na proteção ambiental. No entanto, os defensores do projeto argumentam que a burocracia atual dificulta o desenvolvimento econômico e a execução de obras fundamentais para o país.

A visão de Lula sobre os atritos internos

Durante a coletiva, Lula reconheceu que os conflitos entre pastas são inevitáveis, especialmente quando diferem interesses; essa é uma realidade que ele já enfrentou em mandatos anteriores. “Foi assim nos meus mandatos e em governos de outros presidentes. Sempre haverá atrito e divergências entre as pessoas que concedem e as que buscam recursos”, disse ele.

“Quando chegar [à Presidência], eu digo se concordo ou não com as regras aprovadas”, afirmou Lula, enfatizando que sua análise virá no momento em que ele tiver acesso ao texto na sua totalidade.

Lula também comentou sobre a situação específica do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que tem enfrentado críticas sobre a lentidão na concessão de licenças. O presidente mencionou que qualquer autorização precipitada do Ibama poderia ser questionada pelo Ministério Público, o que gera cautela entre os servidores da instituição.

Recursos humanos e lentidão nos processos

O presidente ressaltou que a diminuição do quadro de funcionários do Ibama, que perdeu cerca de 700 servidores desde o final de seu segundo mandato, tem impactado diretamente a agilidade dos processos. “Muitas vezes, a morosidade do Ibama não é por má-fé, mas por falta de especialistas ou por exigências de capacitação técnica para fazer as coisas”, explicou.

Ele afirmou que é absolutamente compreensível a frustração de ministros que enfrentam atrasos devido a processos que dependem do licenciamento. “Se você é o ministro dos Transportes e precisa realizar obras, se um dos motivos do atraso é o Ibama, é natural que você busque conversar e discutir com o órgão”, argumentou Lula, deixando claro que a dinâmica entre os Ministérios continuará a gerar atritos.

Conclusão

A relação entre as pastas do governo e as diferentes áreas de interesse público são desafiadoras, sobretudo em tempos de polarização política e ambiental. O presidente Lula, ao admitir a naturalidade desses atritos, propõe um olhar mais pragmático sobre a necessidade de discutir e compreender as regras que regem o licenciamento ambiental, bem como a urgência de capacitar as instituições responsáveis por estas decisões. A expectativa agora é como o Legislativo irá proceder em relação ao PL 2.159 e como as discussões continuarão a evoluir no cenário político brasileiro.

As declarações de Lula destacam a complexidade do diálogo entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade, um tema que seguirá sendo central na agenda do governo e que requer atenção cuidadosa de todas as partes envolvidas.

Para mais informações sobre o tema, acesse o link da Agência Brasil.

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