Brasil, 5 de junho de 2025
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Lula busca otimismo e enfrenta crises em coletiva de imprensa

O presidente Lula tenta transmitir uma imagem positiva do seu governo à véspera de uma pesquisa de popularidade preocupante.

Na véspera da divulgação de uma pesquisa da Quaest que deve trazer números preocupantes para o governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou de última hora uma coletiva de imprensa nesta terça-feira. O objetivo da entrevista era se antecipar aos resultados, traçar um cenário otimista de sua gestão e esfriar as crises recentes. Em cerca de uma hora, Lula reiterou a estratégia de mostrar a situação que encontrou ao assumir o seu terceiro mandato há dois anos e meio, vinculando parte das dificuldades enfrentadas à herança deixada por seu antecessor, Jair Bolsonaro.

Fugindo de temas embaraçosos

Durante a coletiva, o presidente fez esforços para evitar questões embaraçosas, não revelando decisões que ainda estão em discussão, especialmente sobre a crise gerada pelo aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e alterações nos ministérios. Ele fez um apelo à otimização, assegurando que os programas esperados durante sua posse e transição estão em andamento e destacando que “os dados econômicos são os melhores dos últimos anos”.

Lula também abordou a retomada dos programas sociais e do PAC, além de sinalizar o aumento da faixa de isenção do imposto de renda para R$ 5 mil. Outros projetos mencionados incluíram a distribuição de gás para famílias carentes, financiamento para reformas de residências e a compra de motos para entregadores que atuam via aplicativos.

Ministros em foco e defesa da lealdade

Ao citar os ministros Marina Silva (Meio Ambiente) e Fernando Haddad (Fazenda), que estiveram sob intenso escrutínio na última semana, Lula esforçou-se para demonstrar apoio. Ele foi enfático na defesa de Marina, afirmando ter “100% de confiança” nela e elogiando sua lealdade. Em resposta a ataques sofridos pela ministra, o presidente destacou que a lentidão na concessão de licenças não é “má-fé”, mas sim a falta de especialistas no setor, já que o Ibama, responsável pela fiscalização ambiental, perdeu cerca de 700 funcionários nas gestões anteriores.

Quanto a Haddad, Lula justificou sua pressa em resolver a crise orçamentária, que levou ao aumento do IOF, e defendeu que mais diálogo com o Congresso é necessário antes de enviar propostas.

A fraudes e a culpa da gestão anterior

Em relação às fraudes contra aposentados do INSS, um tema que pode impactar negativamente a popularidade do governo nos resultados da pesquisa da Quaest, Lula lançou um olhar crítico à gestão de Bolsonaro. Ele declarou que o afrouxamento das regras durante o governo anterior permitiu que associações realizassem descontos indevidos na folha dos beneficiários, colocando em questão as intenções por trás dessas ações. No entanto, preferiu não se comprometer totalmente, afirmando que ainda é preciso investigar o problema mais a fundo.

Polarização política e declarações críticas

Lula também utilizou a polarização ao se referir ao deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente. Embora não mencionasse diretamente os nomes, o presidente criticou a postura do deputado, que buscou apoio dos Estados Unidos em questões internas do Brasil. Ele chamou essa iniciativa de “ataque terrorista, antipatriota” e enfatizou que o deputado deveria renunciar ao seu mandato.

Desafios na comunicação e a Secretaria-Geral

Os jornalistas também estavam ansiosos por esclarecimentos sobre a iminente troca no comando da Secretaria-Geral, que permanece em suspenso há mais de dois meses. Quando questionado se pretendia substituir Márcio Macêdo pelo deputado federal Guilherme Boulos, Lula apenas riu e não respondeu, afirmando que as perguntas foram elaboradas de maneira a não serem respondidas. Mesmo com a insistência sobre a satisfação em relação ao trabalho de Macêdo, o presidente se manteve vago em sua resposta.

Expectativas sobre os juros e o Banco Central

Por último, Lula enfrentou a questão do desinteresse em criticar os altos juros após a nomeação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central. Ele justificou a mudança de postura afirmando que a alta já estava prevista pela administração anterior, mas deixou uma mensagem de otimismo ao mencionar sua expectativa de que a instituição tomará em breve a “atitude correta de abaixar os juros”.

Em suma, a coletiva de Lula buscou criar um cenário positivo em meio a incertezas, tentando aparar as arestas e fortalecer sua imagem perante os desafios que o governo ainda enfrenta.

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