Na manhã de terça-feira, o Palácio do Planalto foi palco de uma coletiva de imprensa onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, abordou temas sensíveis que envolvem a atual administração. Durante a conversa com os jornalistas, que durou aproximadamente uma hora, os dois trocaram olhares e gestos de aprovação, evidenciando a sintonia entre eles em momentos estratégicos.
A crise do INSS e a resposta do governo
Um dos pilares do discurso de Lula foi a crise dos descontos indevidos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O presidente enfatizou que a investigação está sendo conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), buscando responsabilizar aqueles que foram os responsáveis por estas falhas, que Lula atribui ao governo anterior. Durante sua exposição, ele buscou o apoio visual de Sidônio pelo menos cinco vezes, sendo que o ministro respondeu com gestos afirmativos, mostrando respaldo às declarações do presidente.
“Fizemos aquilo que um governo sério faz: colocamos a Polícia Federal e a CGU para fazer uma investigação minuciosa de tudo até chegar nas pessoas que cometeram o erro. E todo mundo sabe que isso é um erro feito no governo passado, possivelmente propositadamente”, destacou Lula, enfatizando a seriedade da abordagem governamental na solução dessa crise.
Ajustes no Imposto sobre Operações Financeiras
Outro tópico importante discutido na coletiva foi o recuo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em relação ao aumento de parte das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Lula defendeu Haddad, afirmando que não houve erro nem problema na reformulação da proposta. “Se aparecer alguém com uma ideia melhor, vamos discutir”, disse o presidente, ressaltando a necessidade de ouvir líderes antes de enviar propostas ao Congresso.
Sidônio, que acompanhou tudo a poucos metros de Lula com um roteiro em mãos, mostrou-se atento e concordante, evidenciando a importância da comunicação estratégica entre a presidência e a equipe de comunicação do governo.
Preparação para a coletiva e desafios à frente
Antes da coletiva, Lula e Sidônio realizaram um preparo intenso, que incluiu uma troca de ideias sobre várias questões, como as medidas compensatórias para o recuo do aumento do IOF e dados econômicos que serão fundamentais para os próximos programas a serem lançados, como créditos para reformas residenciais e aquisição de motocicletas para entregadores de alimentos.
Essa preparação minuciosa tem como objetivo munir Lula com informações que possam potencializar as ações do governo. Segundo relato de auxiliares, o presidente já vem absorvendo inúmeros dados financeiros e estratégicos, o que é fundamental para a sua performance durante as intervenções públicas.
Polêmica com Eduardo Bolsonaro
Outro ponto que chamou atenção foi a primeira declaração pública de Lula em relação aos movimentos de Eduardo Bolsonaro, que busca a aplicação de sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O presidente não hesitou em caracterizar as ações como “terrorismo” e “antipatriota”, afirmando que Eduardo estava “lambendo as botas” do ex-presidente Donald Trump. “Isso que é grave, um ataque terrorista, antipatriota. O deputado renuncia a seu mandato para lamber as botas do Trump”, pontuou Lula, causando repercussão na mídia.
Com uma postura firme e confiante, o ministro Sidônio Palmeira frequentemente acenou positivamente em concordância com as falas de Lula. A sintonia entre ambos foi evidente, especialmente em um momento em que Lula foi questionado sobre possíveis mudanças na sua equipe ministerial, onde Sidônio demonstrou efervescência ao ouvir a resposta do presidente.
Ao final da coletiva, ficou claro que Lula e sua equipe estão cientes dos desafios que a administração enfrenta, mas demonstraram uma sólida estratégia de comunicação e uma disposição para lidar com as dificuldades à frente, através da união e do diálogo.
