A indústria brasileira deve seguir em ritmo de estabilidade ao longo de 2025, segundo analistas econômicos. A Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada na última terça-feira pelo IBGE, revelou uma alta de apenas 0,1% na produção em abril, abaixo das expectativas do mercado, que apontavam uma expansão de 0,5%.
Perspectivas de estabilidade na indústria
Embora os dados mostrem uma leve alta, os economistas afirmam que a tendência é de continuidade da estabilidade, com pequenas oscilações, sem grandes quedas ou expansões. Caio Ferrari, professor de economia do Ibmec-RJ, explicou que a pouca capacidade ociosa na economia indica que há pouco espaço para uma expansão acelerada, mas também não há sinais de forte deterioração.
Juliana Inhasz Kessler, professora do Insper, avalia que o Banco Central antecipou uma desaceleração na indústria, porém destaca que fatores como a política monetária, os altos juros e o aumento da inflação têm influenciado essa perda de ritmo.
Fatores que influenciam o comportamento industrial
Segundo Kessler, o elevado custo de produção e a redução do poder de compra afetam o setor, enquanto medidas fiscais adotadas pelo governo têm aquecido parcialmente a economia, dificultando a transmissão direta dos efeitos das altas de juros.
Ela também observa um comportamento desigual entre os ramos da indústria, com a queda na produção de bens de consumo e a alta do segmento extrativo. “Se bens de consumo estão em baixa, é sinal de que os produtores não confiam na manutenção do crescimento pelo consumo”, afirma.
Desempenho regional e influência do agronegócio
O desempenho regional da indústria também mostra diferenças. Desde o quarto trimestre de 2023, a produção industrial do Rio de Janeiro cresce acima da média nacional, com alta de 4,2% entre janeiro e março, impulsionada, principalmente, pelo setor do agronegócio. De acordo com dados da reportagem, esse desempenho reforça o papel do setor agropecuário como motor do crescimento atualmente.
Impactos ambientais e o cenário econômico
Apesar da estabilidade prevista, há sinais de que a capacidade ociosa na indústria é limitada, podendo gerar alguma pressão inflacionária. Ainda assim, Antonino Ferrari acredita que, na ausência de choques externos, o setor deve seguir sem mudanças drásticas na sua trajetória.
A expectativa é que o ambiente econômico permaneça de baixa volatilidade, dependendo principalmente da evolução da inflação e das políticas fiscais adotadas pelo governo. O ministro Haddad, por sua vez, reforçou que as medidas de ajuste nas contas públicas incluem a PEC e um projeto de lei amplo, com foco na convergência fiscal.
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