O ex-árbitro da Premier League David Coote, de 42 anos, recentemente foi flagrado desempenhando a função de entregador de encomendas para a empresa Evri, na Inglaterra. Essa drástica mudança profissional ocorreu após uma série de escândalos, que culminaram em sua demissão pela PGMOL (a entidade responsável pelos árbitros na Inglaterra) em dezembro de 2024 e numa suspensão de 16 meses imposta pela UEFA, que se estenderá até junho de 2026.
Escândalos e consequências na carreira de Coote
Segundo informações do jornal inglês The Sun, a trajetória de Coote foi severamente prejudicada após a divulgação de vídeos em que ele faz comentários depreciativos ao técnico do Liverpool, Jürgen Klopp. Além disso, o ex-árbitro foi flagrado consumindo cocaína durante a Eurocopa de 2024, um episódio que causou grande repercussão e expôs os problemas enfrentados na sua vida pessoal e profissional.
A festa com drogas e a luta pessoal
Coote não parou por aí. Ele também foi acusado de organizar uma festa regada a drogas enquanto exercia suas funções como árbitro em uma partida da Copa da Liga Inglesa. Em uma entrevista emocional, Coote revelou que seu uso de substâncias ilícitas estava diretamente ligado à pressão de esconder sua homossexualidade em um ambiente “macho” como o do futebol profissional. Essa confissão trouxe à tona os desafios que muitos indivíduos LGBTQ+ enfrentam, especialmente em esportes dominados por uma cultura de heteronormatividade.
Possível retorno ao futebol e novos projetos
Apesar de sua carreira ter sofrido um considerável revés, amigos próximos de Coote acreditam que ele ainda pode retornar ao mundo do futebol no futuro. Eles destacam sua vasta experiência e conhecimento na arbitragem, o que poderia facilitar seu reingresso na profissão, caso tenha a chance de se reabilitar publicamente. O ex-árbitro permanece ativo em diversas iniciativas, incluindo sua recente participação na Maratona de Leeds, onde arrecadou fundos em apoio ao tio, que foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA).
Reflexão sobre a pressão no futebol
A trajetória de David Coote serve como um retrato de como a pressão e o stress no mundo esportivo podem levar a comportamentos autodestrutivos e a consequências graves, não apenas para os envolvidos, mas também para os clubes e as ligas nas quais atuam. O ambiente competitivo e muitas vezes hostil do futebol, especialmente para atletas LGBTQ+, pode ter impactos profundos na saúde mental, levando a uma necessidade urgente de apoio e compreensão no meio esportivo.
Enquanto David Coote navega seu novo caminho como entregador, fica a esperança de que ele possa um dia retornar ao futebol, um lugar que claramente ocupou um papel importante em sua vida, e que a sociedade continue avançando na aceitação e apoio à diversidade em todos os níveis do esporte.
O caso de Coote nos ensina que a jornada de um atleta vai muito além das vitórias e derrotas. O respeito pela individualidade e as lutas internas precisam ser reconhecidos e valorizados, não apenas para o benefício dos atletas, mas para a evolução do esporte como um todo.
