Na manhã desta terça-feira (3), o dólar operava em leve alta de 0,05%, cotado a R$ 5,6777 às 9h05, enquanto o Ibovespa aguardava sua abertura às 10h. As movimentações do mercado continuam influenciadas pela previsão de desaceleração econômica global divulgada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Impacto da desaceleração global na economia brasileira e nos mercados
A OCDE revisou para baixo sua projeção de crescimento mundial, que caiu de 3,1% para 2,9% em 2025 e 2026, refletindo tensões comerciais e incertezas causadas pela política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo a organização, os Estados Unidos, Canadá e México sentirão os efeitos mais intensos dessa desaceleração.
Movimentos do mercado cambial e ações
O dólar acumulou uma baixa de 0,75% na semana e no mês, registrando uma queda de 8,17% no ano até o momento. Já o Ibovespa teve um desempenho positivo de 13,72% no mesmo período, embora caia 0,18% na semana e no mês, indicando uma recuperação parcial diante de um cenário externo adverso.
Tensões comerciais e elevação de tarifas nos EUA
Nos Estados Unidos, o mercado acompanha o núcleo das negociações comerciais, especialmente após o anúncio de Trump de que planeja dobrar as tarifas sobre o aço importado de 25% para 50%, além de insistir na apresentação de propostas melhores nas negociações. Esses movimentos aumentam as preocupações com o impacto inflacionário e a redução do consumo interno.
Perspectivas para o Brasil e o cenário interno
No cenário doméstico, os investidores continuam atentos às discussões sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve apresentar ao presidente Lula um pacote de medidas nesta terça-feira para substituir a alta do tributo, que gerou reação negativa no mercado e provocou movimentos de recuo do governo.
Uma das alternativas estudadas contempla um pacote de incentivos no setor de petróleo e gás natural, capaz de arrecadar cerca de R$ 35 bilhões até 2026, embora essa não seja a proposta que será apresentada ao presidente hoje.
Agenda econômica e expectativas para o Brasil e os EUA
Hoje, o destaque será a divulgação dos dados de produção industrial de abril pelo IBGE, que podem alterar as expectativas para o PIB do segundo trimestre. Nos Estados Unidos, o relatório Jolts, que mostra vagas de trabalho abertas, também será analisado pelos investidores.
Segundo especialistas, a combinação de fatores externos e internos impulsiona a cautela nos mercados, com o mercado de câmbio mostrando estabilidade relativa e o mercado de ações vulnerável a ajustes conforme os dados econômicos forem divulgados.
Neste contexto, a tendência é de atenção contínua às políticas econômicas brasileiras, às negociações comerciais internacionais e aos indicadores econômicos, que determinarão os próximos movimentos no mercado financeiro.
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