O Dia Mundial de Combate à Obesidade Infantil, celebrado nesta terça-feira (03), traz à tona uma questão alarmante sobre a saúde de crianças e adolescentes no Brasil. A crescente taxa de obesidade pode acarretar sérias consequências, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e problemas psicológicos. Com o objetivo de alertar sobre essa situação, o chamado à ação se torna cada vez mais urgente.
Cenário alarmante da obesidade infantil no Brasil
De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2024, o Brasil enfrenta um cenário preocupante. Em 2020, 34% das crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos apresentavam sobrepeso ou obesidade. As projeções para 2035 são ainda mais preocupantes, com estimativas de que esse número possa chegar a 50%, afetando mais de 20 milhões de jovens brasileiros.
Além desses números alarmantes, os dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) indicam que, em 2024, foram registrados mais de 7 milhões de casos de excesso de peso entre pessoas de 0 a 19 anos. Sarita Bastos, endocrinologista pediátrica, descreve a situação no Piauí como extremamente preocupante. “Houve um aumento significativo na prevalência de sobrepeso e obesidade entre crianças e adolescentes nos últimos anos, o que ressalta a necessidade urgente de ações preventivas e educativas para promover hábitos saudáveis”, enfatiza.
Importância do Hospital Infantil Lucídio Portella
O Hospital Infantil Lucídio Portella (HILP), localizado em Teresina, é uma referência no atendimento pediátrico no Piauí e tem se destacado no acompanhamento de crianças com excesso de peso e obesidade. A instituição conta com uma equipe multidisciplinar composta por profissionais de nutrição, endocrinologia, pediatria, psicologia e educação em saúde, oferecendo um atendimento integral e humanizado.
Além dos cuidados médicos, o HILP promove campanhas educativas, ações de prevenção e um acompanhamento ambulatorial regular para monitorar o crescimento e desenvolvimento infantil. Isso demonstra o compromisso do hospital em enfrentar a obesidade infantil de maneira eficaz.
Consequências da obesidade infantil
Os efeitos da obesidade na infância não são apenas físicos. Sarita Bastos alerta que essa condição está associada a uma série de problemas de saúde, como diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares, problemas ortopédicos e distúrbios psicológicos, incluindo baixa autoestima, depressão e ansiedade. Diante disso, o papel da família é crucial na formação de hábitos saudáveis nas crianças.
O papel da família e da comunidade
É fundamental que pais e responsáveis adotem estilos de vida saudáveis, tornando-se exemplos para os pequenos. As escolas, profissionais de saúde e a comunidade em geral também têm um papel vital na criação de ambientes que promovam a saúde e o bem-estar das crianças. A colaboração de todos esses setores é indispensável para reverter a tendência preocupante da obesidade infantil.
A importância de ações coordenadas
A diretora geral do HILP, Leiva Moura, enfatiza a urgência de ações voltadas para a diminuição dos índices de obesidade infantil. “A obesidade infantil é um desafio de saúde pública que requer atenção imediata. Com ações coordenadas e o comprometimento de todos, podemos garantir um futuro mais saudável para nossas crianças”, reforça.
Com o aumento contínuo da obesidade infantil, a conscientização e a educação são essenciais para mudar essa realidade. A sociedade como um todo deve se mobilizar para garantir que as futuras gerações cresçam saudáveis e com acesso a informações e recursos que promovam um estilo de vida equilibrado.
Por fim, cabe ressaltar que a saúde da infância é um patrimônio que deve ser protegido com rigor, através de ações que visem não apenas a prevenção da obesidade, mas também a promoção de hábitos alimentares saudáveis e a valorização da atividade física.
