Duas semanas após ser condenada a 10 anos de prisão, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil para fixar residência na Europa. Em uma entrevista ao canal AuriVerde no YouTube, Zambelli evitou revelar o país de destino, mas destacou que a cidadania italiana lhe confere segurança em sua nova vida, já que não pode ser repatriada para o Brasil.
A decisão de deixar o país
“Estou fora do Brasil já faz alguns dias. A princípio, vim em busca de um tratamento médico que eu já fazia aqui”, comentou Zambelli. Ela também anunciou que solicitará um afastamento sem vencimentos do cargo, que será ocupado por seu suplente, Coronel Tadeu (PL-SP). A decisão de sair do Brasil foi amplamente influenciada por sua condenação pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Carla Zambelli foi condenada por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica, crimes pelos quais foi sentenciada a 10 anos de prisão. Em comparação, a parlamentar questionou a severidade do sistema de justiça, referindo-se a outro caso em que uma mulher foi condenada a 14 anos de prisão por atos golpistas.
O contexto da condenação
No caso específico que a envolve, Zambelli e seu cúmplice, o hacker Walter Delgatti, foram punidos em um processo que concluiu que Zambelli não apenas invadiu o sistema, mas também praticou falsidade ideológica. A decisão unânime do STF também acarretou sua perda de mandato, que será efetivada após o esgotamento dos recursos legais.
Além disso, ela enfrenta um segundo processo criminal no STF por ter sacado uma arma em público durante um incidente com o jornalista Luan Araújo. Zambelli defendeu sua atitude, declarando que, ao ouvir um tiro e temer pela segurança do seu filho, agiu corretamente. “Qualquer mulher, na minha situação, teria feito o mesmo”, relatou.
Futuro e planos na Europa
Durante a entrevista, a deputada revelou que planeja fazer na Europa o que Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem feito nos Estados Unidos: lidar com suas questões políticas fora do Brasil. Carlos Zambelli enfatizou que sua mudança não significa um abandono do país, mas sim uma forma de resistência e luta política fora das imposições que ela acredita serem fruto de uma “ditadura”.
Além de sua fuga, ela também revelou que suas redes sociais serão geridas por sua mãe a partir de agora, indicando que pode ter dificuldades de acessá-las no futuro devido à sua situação. “São mais de 10 milhões de pessoas conectadas comigo todos os dias,” afirmou, pedindo que os seguidores permaneçam conectados por meio de sua mãe.
Criticas ao sistema eleitoral brasileiro
Sem meias palavras, Zambelli voltou a atacar as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro, afirmando que estes não são confiáveis e que pesquisas são manipuladas. “Enquanto não houver um voto impresso e contagem pública [de votos], não teremos democracia no país”, destacou. A deputada parece estar se posicionando como uma voz persistente dentro de uma narrativa que defende a desconfiança nas instituições brasileiras.
Com a decisão do STF pesando sobre seus ombros e a vida dela em um novo continente, Zambelli continua a ser uma figura polêmica na política brasileira. Sua jornada para a Europa não é apenas uma fuga aparente da justiça, mas também uma nova fase em sua narrativa política, onde ela planeja continuar sua oposição ao que considera um regime opressor.
A situação de Carla Zambelli agora se funda em questões de justiça, cidadania, direitos políticos e a legitimidade das instituições no Brasil, revelando a complexidade do cenário político atual. Aguardamos desdobramentos em sua história.