A Câmara Municipal de Teresina (CMT) decidiu, nesta terça-feira (3), criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a denúncia de uma dívida que chega a R$ 3,6 bilhões deixada pela gestão anterior, liderada pelo ex-prefeito Dr. Pessoa (PRD). O grupo será presidido pelo vereador Dudu (PT), que já tem experiência na condução de CPIs.
Composição da CPI e seus objetivos
Além de Dudu, a CPI contará com os vereadores Fernando Lima (PDT) como relator, e Luís André (PL), Daniel Carvalho (MDB) e Juca Alves (PRD) como membros. Os suplentes serão João Pereira (PT) e Fernando Gomes (Solidariedade). O objetivo principal da comissão, como informado pelo prefeito Silvio Mendes (União Brasil), é investigar a veracidade da dívida anunciada e também avaliar possíveis irregularidades nas contas da gestão anterior.
O pedido para a instauração da CPI foi assinado por 13 vereadores, demonstrando o amplo interesse e preocupação com as finanças públicas da cidade. Em uma sessão anterior, a Câmara já havia dado início a investigações sobre os serviços prestados pela Águas de Teresina, o que indica uma preocupação geral com a qualidade dos serviços essenciais na capital piauiense.
Dívida bilionária e suas implicações
O vereador Dudu, que já presidiu a CPI do Transporte Público em 2021, onde foram apuradas irregularidades no sistema de transporte da capital, destacou a importância de investigar a dívida mencionada. “Nós precisamos da transparência e da investigação para que o povo de Teresina saiba onde estão os recursos e como estão sendo aplicados”, afirmou.
De acordo com o prefeito Silvio Mendes, a dívida preocupa não apenas pela magnitude, mas também pelas consequências que trazem para a gestão atual. Mendes anunciou que, devido à crise financeira, estão suspensas quaisquer novas nomeações e despesas na prefeitura. “Estamos vivendo um tempo de vaca magra e qualquer nova atribuição precisa ser avaliada com extrema cautela”, declarou.
Resposta do ex-prefeito Dr. Pessoa
Em resposta à denúncia de dívida, o ex-prefeito Dr. Pessoa (PRD) negou as acusações e afirmou que irá recorrer à Justiça para provar que não deixou o débito. Ele pediu que a atual administração apresente documentos que comprovem a existência da dívida e declarou sua disposição para esclarecer a situação. “Se eu dever, vou pagar, mas precisamos verificar os fatos”, enfatizou o ex-prefeito.
Nomeações e despesas em meio à crise
A situação é ainda mais complicada considerando que, mesmo com o anúncio de dificuldades financeiras, o município nomeou 27 aprovados em concurso para o cargo de professor na Secretaria Municipal de Educação, o que gerou controvérsia. Mendes defendeu a decisão como uma necessidade para garantir a continuidade do ensino na cidade, indicando que algumas áreas são prioritárias, apesar do cenário de austeridade.
Os vereadores que assinaram a legalização da CPI, além de Dudu, incluem seis outros membros do PT e vereadores dos partidos PSD, MDB e PL. Essa composição ilustra um movimento em busca de responsabilidade e transparência na gestão pública, um tema que ressoa profundamente entre os cidadãos de Teresina, especialmente em tempos de escassez orçamentária.
Considerações finais
Com a instalação da CPI do Rombo, espera-se que a Câmara Municipal de Teresina busque esclarecimentos necessários para a população sobre a situação financeira da cidade e sobre as práticas de gestão pública adotadas nos últimos anos. O desenrolar deste processo será acompanhado atentamente pelos cidadãos, que exigem responsabilidade e ética nas ações governamentais.
O envolvimento ativo dos vereadores, além da pressão e interesse público, terão um papel essencial na condução das investigações e na busca por soluções adequadas que possam recuperar a saúde financeira da municipalidade.