Brasil, 5 de junho de 2025
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Amigos de Romário se tornam réus em caso da ‘Folha Secreta da Uerj’

Três amigos do senador Romário são acusados de peculato em investigação que envolve mais de R$ 200 mil em contratações irregulares.

Três amigos do senador Romário (PL) se tornaram réus em um processo ligado à chamada “Folha Secreta da Uerj”, conforme apuração do Ministério Público (MP). As investigações revelaram que Fábio Braz, João Daniel Bove e Ademar Braga Júnior, que receberam mais de R$ 200 mil da universidade, são acusados de serem funcionários fantasmas. Esse desenrolar faz parte de um grande esquema irregular de contratações na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

As acusações e o valor desviado

De acordo com a denúncia do promotor Alexandre Themístocles, o trio esteve envolvido em um “colossal esquema de contratação irregular de pessoal”, que resultou no desvio de R$ 244 mil. Dentre os pagos, Fábio Braz recebeu R$ 77 mil, João Daniel quase R$ 70 mil e Ademar cerca de R$ 100 mil. Esses valores, segundo o MP, deveriam ter sido utilizados em benefício da sociedade, mas acabaram indo para pessoas apadrinhadas em uma prática criminosa que configura o peculato.

Relações próximas com Romário

Embora o senador Romário não seja mencionado diretamente nas investigações do MP, a apuração indica que os réus têm ligações de parentesco, emprego e redes sociais com o político. Durante o depoimento à polícia, os amigos confirmaram que se conheceram por meio do ex-jogador. João Daniel e sua irmã já trabalharam para o gabinete do senador, enquanto Ademar tinha vínculo com o América Football Clube, presidido por Romário. Além disso, Fábio Braz jogou no Vasco, onde foi colega de equipe do senador, criando um contexto que sugere estreitas relações entre eles.

O contexto das contratações

As contratações dos réus aconteceram em 2022, ano em que todos participaram da campanha de reeleição de Romário. O MP evidenciou que essas nomeações foram feitas em desacordo com as normas vigentes, configurando uma violação grave da legislação. Curiosamente, Ademar recebeu seu salário enquanto participava de um reality show, situação que levanta ainda mais suspeitas sobre a legitimidade da contratação. Ele alegou, em seu depoimento, que não estava ciente das remunerações por ter se desligado do cargo e por não ter acesso ao celular durante o programa.

A posição do Ministério Público e implicações legais

O MP não hesita em afirmar que os denunciados “tiveram a vontade livre e consciente de desviar dinheiro em proveito próprio”. Em relação a isso, a promotoria pediu a perda dos cargos públicos dos réus, destacando que João Daniel foi nomeado superintendente da Secretaria Estadual de Educação, recebendo um salário superior a R$ 14 mil. A possibilidade de pena de até 12 anos de prisão está sobre a mesa, caso sejam condenados.

Reações e posicionamentos

A defesa dos réus não foi alcançada pela TV Globo, mas durante o processo, eles negaram qualquer irregularidade. O senador Romário também não se manifestou sobre o caso até o momento. Por sua vez, a Uerj informou que o programa no qual os três estavam lotados foi extinto ainda em 2022 e que a atual administração da universidade implementou novos critérios para nomeações, além de alterar os mecanismos de controle interno para garantir maior transparência nas ações.

A Secretaria de Educação, que também é parte interessada no processo, afirmou que não foi notificada oficialmente e que o processo está em andamento sem condenação. A situação ressalta a importância de investigações rigorosas e da transparência na gestão pública, sendo necessário que os órgãos de controle atuem com diligência para prevenir a corrupção em instituições públicas.

A sociedade aguarda o desfecho desse caso, que envolve figuras públicas e questões de grande relevância para a administração pública no Brasil.

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