A trajetória do surfista brasileiro Alejo Muniz no Championship Tour da World Surf League (WSL) chegou a momentos de verdadeira tensão. Durante a última etapa da temporada, realizada em Margaret River, na Austrália, Muniz enfrentou um desafio crucial: garantir sua continuidade entre os 22 melhores do ranking e evitar a temida eliminação para o Challenger Series. Naquele evento, foi necessário muito mais do que apenas habilidade na água; ele dependia de uma combinação de resultados favoráveis. Sua perseverança e atenção aos detalhes o levaram a conquistar a 22ª posição, o que o manteve dentro da elite do surf mundial.
A emoção da competição e as dificuldades enfrentadas
Com 35 anos e oito participações consecutivas na elite do surf, Alejo Muniz sentiu o peso da expectativa. Após uma queda precoce na repescagem, onde terminou na 33ª colocação do Margaret River Pro, o brasileiro totalizou 14.725 pontos, uma marca que o deixava em situação de vulnerabilidade. “Saí bem triste da água, não saí nem bravo. Sabia que ia ser muito difícil eu conseguir segurar a minha vaga…”, comentou Muniz, refletindo sobre o estado emocional que o cercava.
A pressão psicológica
Ele já iniciava a competição com a 16ª colocação no ranking, mas a derrota na repescagem fez com que fosse necessário acompanhar atentamente os desempenhos de outros surfistas, como Ian Gentil e Imaikalani deVault, que estavam em posições inferiores. “Eu não conseguia torcer contra ninguém por não ser da minha índole”, disse Muniz, que optou por se afastar da praia, em Gold Coast, para evitar mais nervosismo enquanto aguardava os resultados.
Nos dias que seguiram à sua eliminação, o atleta enfrentou dificuldades em manter a rotina: “Foi difícil para me alimentar, foi difícil para dormir. Foram cinco dias muito tensos, onde já não dependia de mim”, relembra. O emocional quase descontrolado é uma parte importante da vida de um atleta profissional, e Muniz fez questão de se distrair ao pegar onda com o amigo Samuel Pupo durante esse período.
Drama do aguardo
No dia 26 de maio, a tensão atingiu seu ápice. Muniz não assistiu à bateria decisiva, preferindo ocupar a mente de outra maneira. Enquanto surfava, ele não sabia se sua tão esperada permanência na WSL estava sendo decidida. “Sabia que minha esposa estava torcendo e pensei: ‘se ela me ligar, é porque deu tudo certo'”, revelou. O surfista optou por não acompanhar a bateria que determinava sua classificação, uma escolha que, em meio a tanta incerteza, pareceu lhe proporcionar um pouco de paz.
Após momentos de espera, a mensagem que chegou ao seu celular trouxe a confirmação que tanto aguardava. “Minha esposa ligou e me contou que deu tudo certo. Já comecei a chorar e não consegui segurar as lágrimas”, compartilhou emocionado. Esse desfecho trouxe um alívio e uma nova perspectiva, garantindo a presença de Alejo nas futuras etapas da WSL, incluindo eventos em locais icônicos como Lower Trestles, Saquarema, Jeffreys Bay e Teahupo’o.
O futuro e a resiliência no surf
Com a confirmação de sua continuidade na elite do surf mundial, Alejo Muniz reafirma seu compromisso com a performance e a superação. Este capítulo de sua carreira não apenas mostra sua resiliência frente à pressão intensa, mas também destaca a importância do apoio familiar e da manutenção da saúde mental em um esporte tão competitivo. Com o olhar fixo nas metas futuras, ele segue como um exemplo inspirador para novos surfistas e entusiastas do esporte no Brasil.
A jornada de Alejo Muniz serve como um lembrete de que, na vida e no surf, a perseverança e a paixão são fundamentais para superar desafios e alcançar novos horizontes.