No dia 3 de junho de 2025, um caso alarmante emergiu em relação à Vital Intercâmbios Brasil, uma agência que prometia aos alunos a realização do sonho de estudar e trabalhar em Dublin, na Irlanda. A empresa, que tinha sua sede em São Paulo, decidiu encerrar as suas atividades sem aviso prévio, deixando muitos de seus clientes desapontados e com prejuízos financeiros significativos. Entre os lesados está Gabriel Augusto, um técnico de enfermagem de Sumaré, interior de São Paulo, que investiu cerca de R$ 20 mil no intercâmbio.
O encerramento inesperado
A Vital Intercâmbios Brasil anunciou o encerramento de suas atividades em maio de 2025, um evento que pegou muitos clientes de surpresa. Rodrigo, que havia pago o pacote de intercâmbio, ao verificar diretamente com uma instituição de ensino na Irlanda, descobriu que o pagamento pela escola não foi realizado, muito menos outros valores que ele havia quitado em relação ao seu curso.
Gabriel, de 29 anos, contratou um pacote de oito meses com a agência no início de janeiro de 2024. Ao contatar a escola irlandesa, foi informado que apenas a taxa de matrícula, no valor de 150 euros, havia sido paga, enquanto mais de R$ 20 mil investidos por ele estavam, aparentemente, perdidos. “Eu fiquei em estado de choque, pois o que eu mais queria era aprender inglês no exterior e me vi em uma posição totalmente adversa”, afirmou Gabriel em uma entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo.
A busca por respostas
Ainda perplexo com a situação, Gabriel tentou entrar em contato com a agência diversas vezes, mas não obteve retorno. Assim como ele, outros ex-clientes estão em busca de soluções e respostas. De acordo com o Procon de São Paulo, até agora foram registradas 24 reclamações contra a Vital Intercâmbios, e um grupo de mensagens nas redes sociais reúne mais de 100 pessoas que relatam ter sido enganadas pela empresa.
“Em um momento como esse, é essencial que todos os clientes lesados se unam e busquem orientação jurídica. Estão toutes os caminhos a serem trilhados em busca de reparação pelos danos sofridos”, enfatiza Carolina Sartori, advogada de Campinas que está analisando os casos.
Juridicamente, o que fazer?
A advogada Carolina explica que a situação se caracteriza como um descumprimento grave de contrato, podendo, inclusive, ser considerada uma fraude. “É importante que as vítimas registrem um Boletim de Ocorrência e guardem toda a documentação, como e-mails, mensagens e comprovantes de pagamento. Um advogado especializado pode ajudar a entrar com uma ação de reparação, seja por danos materiais ou morais”, afirma. Além disso, a advogada sugere que, mesmo que a empresa tenha encerrado suas atividades, é possível buscar os sócios da Vital para uma reparação.
A posição da Vital Intercâmbios
Em meio a todas as alegações e incertezas, a Vital Intercâmbios não se manifestou diretamente à EPTV. No comunicado publicado em seu site e redes sociais, a empresa alegou estar em contato com as escolas estrangeiras para tentar renegociar as condições dos alunos que ainda não embarcaram, mas sem fornecer soluções concretas para os alunos que já se sentiram lesados.
“Estamos confiantes de que muitas das escolas parceiras ao longo dos anos estarão dispostas a oferecer condições especiais para aqueles que ainda sonham com o intercâmbio”, afirma o comunicado.
Desafios futuros
Gabriel e outros alunos estão agora em um dilema: como seguir com seus sonhos e objetivos após uma experiência tão negativa? A frustração é palpável entre os clientes da Vital, que, além de ter investido fortunas em seus intercâmbios, se veem desprovidos da confiança em uma experiência que deveria ser transformadora.
“Eu ralei muito pra conseguir juntar esse dinheiro e agora me vejo diante de uma situação que não esperava. Espero recuperar ao menos o que gastei”, refletiu Gabriel, demonstrando a luta contínua em busca do sonho que parecia tão próximo.
À medida que o caso avança, o Procon e os advogados devem se atentar às movimentações da Vital Intercâmbios e ajudar os alunos lesados a encontrar um caminho para a reparação de seus danos. Prejudicados têm a esperança de conseguir garantir seus direitos e alcançar novamente a possibilidade de viver o intercâmbio dos sonhos.
