Brasil, 5 de junho de 2025
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A perda de seguidores de Lula: crises e falas da primeira-dama

A análise revela que crises recentes e declarações da primeira-dama contribuíram para a queda de popularidade do presidente Lula.

Nos últimos meses, a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem enfrentado uma severa queda, refletida não apenas nas pesquisas de opinião, mas também nas redes sociais. Um levantamento da consultoria Ativaweb indica que Lula perdeu cerca de um milhão de seguidores em suas contas oficiais no Instagram e Facebook. Esse fenômeno é amplamente atribuído a uma combinação de crises associadas a polêmicas financeiras e comentários controversos da primeira-dama, Janja da Silva.

A queda de seguidores nos números

Atualmente, o presidente Lula conta com 5,6 milhões de seguidores no Facebook e aproximadamente 13,3 milhões no Instagram, totalizando 18,9 milhões. Entretanto, a crise do INSS trouxe consequências severas: em abril, por exemplo, Lula perdeu 240 mil seguidores, número que ilustra o impacto negativo que a situação teve em sua imagem nas redes sociais. O escândalo relacionado a descontos fraudulentos teve um pico de 2,88 milhões de menções em 24 horas, onde 79% delas tinham um teor negativo.

Fatores que contribuíram para a despopularização

Segundo Alek Maracajá, professor da ESPM e CEO da Ativaweb, a repercussão negativa ressalta um desgaste que já estava se acumulando desde o início do ano. Ele destaca que houve uma falha de comunicação grave por parte do governo, que não conseguiu se antecipar à crise nem agir rapidamente para mitigar os danos. Essa ineficiência permitiu que a desinformação e reações emocionais se espalhassem, amplificando a indignação popular sobre um assunto que afeta diretamente os cidadãos.

Reações negativas às falas de Janja

Além do escândalo do INSS, o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também contribuiu para a perda de apoio. Na ocasião, o governo foi forçado a recuar em suas medidas logo após serem anunciadas, o que se traduziu em 89% de citações negativas a Lula nas redes sociais, com muitas dessas menções associando o governo atual à ideia de um aumento de impostos e à corrupção.

Muitos críticos apontam que Janja, a primeira-dama, também tem contribuído para essa situação. Em um jantar com o presidente da China, Xi Jinping, ela fez comentários que geraram revolta entre os internautas, levando a 73% de rejeição em publicações analisadas. Essa dinâmica evidencia o quanto cada declaração da primeira-dama tem potencial para impactar a imagem do governo.

A análise regional e geral

A pesquisa da Ativaweb revelou que a proporção de menções negativas foi maior no Nordeste, uma região historicamente alinhada ao PT, que registrou uma queda significativa na aprovação do governo. A insatisfação nesse estado pode ser vista como um reflexo direto das ações do governo federal que não estão alinhadas com as necessidades e expectativas dessa população.

Outras regiões como Norte e Sudeste também demonstraram índices altos de desaprovação, sugerindo que a insatisfação não é um fenômeno isolado, mas uma tendência nacional. O cientista político Renato Dorgan argumenta que a crise do IOF e o escândalo do INSS têm alimentado narrativas negativas e reforçado a imagem de um governo que não corresponde às promessas eleitorais.

O impacto nas redes sociais

Essa situação é ainda mais agravada por falas da primeira-dama que se tornam objeto de críticas e discussões acaloradas nas redes. O caso de Janja mencionando a regulação das redes sociais à moda chinesa, por exemplo, provocou reações intensas. Além disso, campanhas de apoio, como a hashtag #EstouComJanja, não conseguiram equilibrar a percepção negativa que prevalece na opinião pública.

Com a crescente desilusão com o governo, é evidente que Lula e sua equipe precisarão de uma estratégia mais robusta e eficaz de comunicação para recuperar a confiança dos cidadãos. O desafio está em encontrar maneiras de reverter essa tendência de queda e reconectar-se com a base que lhe conferiu apoio nas eleições.

Somando-se a isso, a popularidade nas redes sociais em um período em que a imprensa tradicional perdeu parte de sua relevância, mostra o quão crucial é para um político estar atenta à sua imagem virtual. Assim, o desafio de Lula não é apenas político, mas também uma questão de se adaptar a um novo cenário em que a comunicação digital vai além das tradições políticas anteriores.

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