Desde maio de 2024, a Rede D’Or iniciou um projeto-piloto para reduzir o uso de óxido nitroso (N₂O), um gás de eficácia anestésica e altíssimo impacto no efeito estufa. Após avaliações bem-sucedidas, a iniciativa foi ampliada para 79 unidades Hospitalares em São Paulo, com resultados expressivos.
Redução do uso de N₂O e impactos ambientais
Segundo a companhia, a redução no consumo de N₂O atingiu 80%, evitando a emissão de poluentes equivalentes à pegada de carbono de 31 milhões de quilômetros rodados por um carro a combustão — quase o suficiente para dar uma volta ao redor da Terra. Além do benefício ambiental, a rede economizou aproximadamente R$ 3,5 milhões.
Leopoldo Muniz, gerente médico de Qualidade Corporativa da Rede D’Or e anestesista, destacou que o uso do gás era, em grande parte, uma questão de hábito: “O anestesista sempre usou o N₂O para fazer indução inalatória, mas já se sabia que esse gás era dispensável”.
Perspectivas futuras e exceções
De acordo com a diretora de Qualidade Corporativa, Helidea Lima, o uso do N₂O será restrito a cirurgias de pacientes pediátricos com acesso venoso difícil, uma excepcionalidade. Ela afirmou que a meta é manter o projeto e ampliar sua eficiência, contribuindo para a redução do impacto ambiental do setor de saúde.
A importância da mudança na saúde e na sustentabilidade
Especialistas reforçam que a iniciativa da Rede D’Or é um avanço na luta contra as mudanças climáticas. O uso de gases com alto potencial de efeito estufa, como o N₂O, permanece comum entre profissionais de saúde, dentistas e na agricultura, por falta de conscientização ou de alternativas viáveis.
Segundo estudos, o N₂O é cerca de 300 vezes mais potente que o dióxido de carbono (CO₂) no efeito estufa, o que reforça a necessidade de ações para sua substituição no setor hospitalar e além.
Próximos passos na busca por sustentabilidade na saúde
A iniciativa da Rede D’Or serve de exemplo para outras redes hospitalares e setores industriais, incentivando a adoção de práticas mais sustentáveis. A continuidade do projeto e a disseminação de novas tecnologias podem ampliar ainda mais os benefícios ambientais no Brasil e no mundo.