Brasil, 4 de junho de 2025
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Proibição de motos por aplicativo é mantida em São Paulo

Decisão judicial reafirma os riscos da utilização de motocicletas no transporte de passageiros. Prefeituras são instadas a regulamentar em 90 dias.

No último mês, a Justiça de São Paulo manteve a proibição do transporte individual remunerado de passageiros por meio de motocicletas, gerando debates acalorados entre trabalhadores do setor de aplicativos e as autoridades municipais. A medida reforça preocupações referentes à segurança no trânsito e à saúde dos envolvidos, alicerçada em uma análise jurídica que reconhece o poder das municipalidades sobre o transporte local.

Motivação por trás da decisão judicial

A decisão do relator se baseou em um embasamento legal que remete ao artigo 30 da Constituição Federal. De acordo com o inciso V, é assegurado aos municípios o poder de polícia em relação ao transporte de passageiros dentro de suas jurisdições. Além disso, o inciso I do mesmo artigo confere aos municípios a responsabilidade de legislar sobre assuntos que impactam a coletividade local. Essa prerrogativa legislativa se torna uma ferramenta vital quando se considera a segurança nas vias urbanas.

O relator também mencionou uma decisão anterior do Grupo de Trabalho da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte que se posicionou contrariamente à inclusão de motocicletas como meio de transporte regulamentado. O peso dado a esse relato indica que a urgência de proteção à saúde e à vida dos motoristas e passageiros foi um fator crucial na manutenção da proibição.

Desafios para motoristas de aplicativos

A decisão afeta diretamente numerosos motoristas que utilizam plataformas de aplicativo para garantir sua renda, refletindo na sua capacidade de sustentar suas famílias. A proibição de motos, que seriam uma alternativa mais econômica e ágil para o transporte de passageiros, impondo novos desafios a esses profissionais. Muitos deles agora se veem sem alternativas viáveis para continuar suas atividades de forma rentável.

Embora o uso de motocicletas seja visto como uma solução prática para o trânsito congestionado da cidade, as estatísticas de acidentes e as preocupações sobre a saúde dos motoristas têm sido recorrentes. De acordo com dados do Departamento de Trânsito de São Paulo, o número de acidentes envolvendo motocicletas nas áreas urbanas aumentou substancialmente nos últimos anos, levando a um apelo por medidas mais severas de regulação.

Pere Agudo: a urgência da regulamentação

Após a manutenção da proibição, a Justiça concedeu um prazo de 90 dias para que a Prefeitura de São Paulo regulamente a operação do serviço de transporte por motocicleta, visando garantir uma estrutura que possa oferecer segurança tanto para os motoristas quanto para os usuários. O prazo gera expectativa entre os motoristas e as empresas de aplicativos, que necessitam de diretrizes claras para operar dentro da legalidade.

O especialista em mobilidade urbana, Pere Agudo, aponta que a regulamentação das motos por aplicativo é urgente. “O mercado de transporte de passageiros precisa de clareza. A regulamentação deve envolver condições de segurança, capacitação dos motoristas e critérios que incentivem o uso seguro das motocicletas nas ruas de São Paulo”, afirma. Segundo ele, uma abordagem equilibrada pode atender tanto os anseios dos profissionais quanto as preocupações com a segurança da população.

Possíveis soluções e o futuro do transporte por aplicativos

No cenário atual, o futuro do transporte individual por motocicletas no Brasil ainda é incerto. A luta por regulamentação e por um espaço dentro do mercado formal de transporte continuará nos próximos meses. Há quem defenda que, com a implementação de regras claras, a utilização de motos pode ser uma alternativa viável e segura. Por outro lado, críticos da modalidade clamam por um debate mais extenso sobre as questões de segurança, que ainda precisam ser abordadas de maneira mais abrangente.

Nos próximos meses, motoristas, autoridades e empresas de aplicação terão que dialogar para encontrar um meio-termo que não coloque em risco a vida de ninguém, mas que permita a continuidade de um setor que se tornou essencial para muitos brasileiros. O papel da comunidade e da sociedade civil será fundamental para a construção de um ambiente mais seguro e justo para todos os envolvidos nessa dinâmica.

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