Brasil, 3 de junho de 2025
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PIB do Brasil avança 1,4% no primeiro trimestre, mas apresenta sinais de desaceleração

Apesar de crescimento de 1,4% no primeiro trimestre, economistas alertam para menor ritmo e efeito dos juros elevados na economia

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 1,4% nos primeiros três meses do ano, com forte influência do setor agropecuário. No entanto, especialistas avaliam que a economia brasileira deve perder fôlego nos próximos trimestres devido ao impacto dos juros elevados e outros fatores econômicos.

O que é o PIB e suas projeções

  • O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade em um ano.
  • Uma alta indica crescimento econômico, enquanto recuo aponta encolhimento.
  • Para 2024, o Banco Central projeta crescimento de 1,9%, enquanto o Ministério da Fazenda estima 2,4%.
  • Para o mercado financeiro, a previsão para 2025 é de alta de 2,14% no PIB brasileiro.
  • Em 2024, a economia cresceu 3,4%, ante 3,2% em 2023, segundo o IBGE.

Perspectivas de desaceleração e influência do agro

Juliana Trece, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) e coordenadora do Monitor do PIB, afirma que o crescimento expressivo no primeiro trimestre não deve se repetir. Ela prevê uma desaceleração nos próximos meses e estima uma alta de 1,9% para o PIB em 2024.

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Trece ressalta que, ao longo do ano, os dados devem mostrar números mais fracos, com o efeito dos juros elevando-se gradualmente na atividade econômica. Ela destaca que o desempenho do agro, especialmente pela colheita da soja, foi o principal combustível para o crescimento do trimestre, com alta de 12,2% na atividade agrícola, conforme o IBGE.

Atualmente, a taxa básica de juros, a Selic, está em 14,75% ao ano, definida pelo Banco Central, refletindo um ciclo de aperto monetário que impacta a economia.

Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, comenta que a taxa Selic restringiu a expansão do crédito e limitou investimentos mais robustos, embora não tenha impedido totalmente o crescimento do PIB.

Apesar do arrefecimento esperado, Trece não acredita em cenário de recessão, mas alerta que uma possível queda em algum momento não deve ser descartada, sendo suficiente para manter atenção às condições econômicas.

Por sua vez, Cristina Helena Pinto de Mello, professora da PUC-SP, manifesta otimismo, sugerindo que o país pode atingir crescimento de até 3% em 2024, apesar das incertezas e do aumento de juros. Ela destaca que o desempenho nos setores de serviços complexos e agricultura foi significativo, mesmo com política monetária contracionista.

O que limita o crescimento e qual o papel das reformas?

Enrico Gazola, economista do Insper, afirma que o crescimento no primeiro trimestre é pontual e que o Brasil ainda opera abaixo de seu potencial de longo prazo, devido a baixa produtividade, insegurança jurídica e altos custos do Estado.

Ele defende que, sem reformas estruturais que aumentem o investimento privado e melhorem a eficiência dos gastos públicos, o país continuará em uma trajetória de baixa expansão, mesmo em momentos de crescimento pontual.

Volnei Eyng, CEO da Multiplike, acrescenta que a trajetória de crescimento depende também da orientação da política monetária, que atualmente segue as diretrizes do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

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