Brasil, 3 de junho de 2025
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Morte de traficante Professor marca repercussão no crime do RJ

Fhillip da Silva Gregório, o Professor, foi um dos principais fornecedores de armas e drogas do Comando Vermelho.

No último domingo (1), o tráfico de drogas no Rio de Janeiro perdeu um de seus principais líderes. Fhillip da Silva Gregório, conhecido como Professor, morreu após ser baleado. Ele, que era apontado como o principal comprador de armas para o Comando Vermelho, foi internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Del Castilho, mas não resistiu aos ferimentos.

Trajetória criminal de Fhillip da Silva Gregório

Fhillip, que completou cinco anos sem sair do Complexo do Alemão, tinha um passado criminal extenso que começou há mais de uma década. Sua primeira prisão ocorreu em 2012, quando foi flagrado com comprovantes de depósitos bancários de valores elevados destinados a traficantes do Morro Nova Brasília. A polícia também encontrou anotações contábeis em cadernos, levando-a a acusá-lo de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.

Em 2015, Professor foi novamente detido em um sítio em Seropédica, onde a Polícia Federal descobriu 100 quilos de cocaína e evidências de que o local servia como ponto de distribuição de drogas e armas. Interceptações telefônicas revelaram que, em um curto período, Fhillip movimentou até R$ 1 milhão com suas operações ilícitas.

A fuga e a ascensão no tráfico

Após ser preso e transferido para diversas unidades prisionais, Professor conseguiu escapar do sistema penitenciário em setembro de 2018 e retornou ao controle do tráfico no Complexo do Alemão. Durante seu tempo fora da prisão, ele expandiu sua influência, passando a responder por homicídios e firmando alianças com outros traficantes.

O envolvimento com a polícia

Uma investigação da Polícia Federal, divulgada em maio deste ano, revelou que Professor mantinha uma relação próxima com alguns policiais militares. Relatórios indicavam que ele negociava pagamentos de propina, com PMs reclamando do valor. Essa relação evidencia a corrupção que permeia o sistema de segurança pública nas comunidades dominadas pelo tráfico.

O papel de Professor no Comando Vermelho

Em 2023, Fhillip foi identificado como o principal comprador de armas para o Comando Vermelho, destacando-se como uma figura central no tráfico no Rio de Janeiro. As investigações apontam que ele adquiria armamentos de maneira legal através de intermediários na Zona Franca e os repassava para facções criminosas. No jargão do crime, ele era conhecido como o “matuto”, o indivíduo que exerce controle sobre os negócios.

Professor, que sempre esteve acuado dentro do morro, construiu uma casa luxuosa com piscina e hidromassagem, onde supostamente realizava procedimentos estéticos e de saúde, revelando seu desejo de manter uma vida relativamente confortável e segura no meio do caos do tráfico.

Consequências e repercussão

A morte de Fhillip da Silva Gregório não apenas marca o fim de uma era dentro do tráfico do Rio, como também levanta questões sobre a dinâmica do crime organizado e a relação entre policiais e traficantes. Com sua saída de cena, o vazio deixado poderá ser preenchido por outros líderes, perpetuando assim o ciclo da violência e da criminalidade na região.

A repercussão do ocorrido se espalhou entre moradores e autoridades, com debates sobre segurança pública e a urgência de estratégias para combater a criminalidade nas comunidades dominadas por facções. As autoridades agora enfrentam o desafio de tentar desmantelar não apenas a liderança, mas também os diversos mecanismos que sustentam o tráfico e a corrupção no sistema de segurança.

A vida e morte de Fhillip da Silva Gregório, o Professor, simboliza as complexas e muitas vezes sombrias interações entre crime, polícia e sociedade nas favelas do Rio de Janeiro, um laço que continua a exigir atenção e ação eficaz do poder público.

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