Segundo o relatório ‘Focus’ divulgado nesta segunda-feira (2) pelo Banco Central, as expectativas do mercado financeiro para a inflação de 2025 recuaram de 5,50% para 5,46%. A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2026, por sua vez, aumentou de 1,70% para 1,80%, sinalizando uma visão mais otimista para o próximo ano.
Expectativas de inflação e política monetária
O relatório também mostrou que a estimativa para a inflação de 2026 permaneceu estável em 4,50%, alinhada à meta estabelecida pelo Banco Central. Já para 2027, a expectativasegue em 4% e para 2028, houve leve alta de 3,81% para 3,85%. Desde o início de 2025, o sistema de meta contínua de inflação está em vigor, buscando manter o índice entre 1,5% e 4,5%.
Para alcançar essa meta, o Banco Central ajusta a política de juros, já que a taxa básica Selic leva de seis a 18 meses para impactar integralmente a economia. Atualmente, a instituição já monitora a inflação prevista para meados de 2026, considerando a necessidade de atuação antecipada.
Impacto da inflação na vida cotidiana e na economia
De acordo com o relatório, se a inflação permanecer acima do teto de 4,5% por seis meses consecutivos, a meta será considerada descumprida, obrigando o BC a enviar uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos. No início de janeiro, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, enviou uma carta ao ministro, atribuindo o estouro da meta de 2024 a fatores como a forte atividade econômica, a queda do real e extremos climáticos.
Autoridades do Banco Central também reconheceram que a inflação pode ultrapassar novamente o limite, em junho, caso a trajetória de alta continue por seis meses. Isso afeta o poder de compra dos cidadãos, especialmente aqueles com salários menores, já que a elevação dos preços reduz o valor real do dinheiro.
Projeções para o crescimento econômico e outros indicadores
Para 2025, o mercado revisou a expectativa de crescimento do PIB de 2,14% para 2,13%. Para 2026, a previsão subiu de 1,70% para 1,80%, indicando uma caminhada mais otimista para a economia brasileira. A taxa de juros também manteve-se estável, com expectativa de 14,75% ao ano para o fim de 2025, 12,50% em 2026 e 10,50% em 2027.
Outros indicadores também tiveram ajustes: o dólar deve fechar em R$ 5,80 em 2025 e R$ 5,90 em 2026. A previsão de saldo positivo na balança comercial passou de US$ 74,8 bilhões para US$ 75 bilhões em 2025, e permanece em US$ 78,5 bilhões para 2026. Investimentos estrangeiros diretos continuam estimados em US$ 70 bilhões para ambos os anos.
Perspectivas futuras
Especialistas avaliam as projeções com otimismo, acreditando que a redução na inflação e a melhora na previsão de crescimento indicam um cenário de maior estabilidade econômica para o Brasil. No entanto, o Banco Central mantém o monitoramento atento às metas de inflação e às pressões externas que possam influenciar seus resultados.