Brasil, 3 de junho de 2025
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Governo aposta em obras menores para revitalizar imagem de Lula

Com obras locais, governo busca fortalecer sua imagem frente cortes orçamentários e incertezas eleitorais.

Sem grandes projetos para alavancar eleitoralmente o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo federal volta sua estratégia política para intervenções locais com potencial de retorno nas eleições. Após o reconhecimento de que as grandes obras, como ferrovias e hidrelétricas, não seriam viáveis, o foco concentra-se em inaugurações de equipamentos sociais, como creches e postos de saúde. Essa mudança tem como objetivo não só atender à população, mas também consolidar a figura de Luiz Inácio Lula da Silva no cenário político brasileiro.

A nova face do PAC: inaugurações em destaque

A proposta do governo é fazer com que Lula participe presencialmente de grandes eventos para a entrega de obras, mesmo que em localidades diferentes. O plano é que, ao inaugurar uma escola em uma cidade, o presidente também anuncie a entrega simultânea de outras instalações em cento de outros municípios, por meio de transmissões ao vivo. Essa estratégia busca evitar que Lula seja visto apenas em eventos de pequeno porte, que poderiam associá-lo à figura de um vereador.

Cabe ressaltar que o discurso adotado pelo governo destaca a importância de o presidente estar nas agendas que o aproximem da população. A ideia é deixar claras as conquistas da atual gestão, mesmo que muitas dessas obras tenham sido viabilizadas por meio de recursos vindos de emendas parlamentares. O primeiro teste desse novo modelo ocorreu em março, com a entrega de 789 ambulâncias à frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na cidade de Sorocaba, em São Paulo.

Parceria com prefeituras

Segundo os dados mais recentese, cerca de 2.703 municípios estão envolvidos em projetos relacionados ao PAC, que agora permite que governadores e prefeitos priorizem quais iniciativas devem ser financiadas. Para 2025, o governo planeja investimentos no valor de R$ 49,2 bilhões. O ministério responsável pela Casa Civil, por sua vez, nega que o PAC não tenha uma “marca” definida, ressaltando que o objetivo é resgatar e expandir a infraestrutura do país em colaboração com prefeituras e outros setores.

Obras como a construção de uma ponte sobre o Rio Araguaia, conectando Tocantins ao Pará, e a interligação entre rodoferrovias para facilitar o acesso ao Porto de Capuaba, em Vila Velha (ES), são citadas como exemplos da atual versão do PAC. O secretário nacional de comunicação do PT, Jilmar Tatto, justifica essa mudança de estratégia, afirmando que o “movimento” do presidente pelas cidades gera uma proximidade com o povo e um impacto positivo nas redes sociais.

Retrospectiva do PAC: da grandiosidade à simplicidade

O PAC foi lançado em 2007 durante o segundo mandato de Lula e ficou marcado pela realização de megaprojetos de infraestrutura, que foram considerados um verdadeiro marco no país, remetendo a obras grandiosas de governos anteriores. Entretanto, a gestão atual encontrou dificuldades para implementar uma nova fase do programa, afetada pelo bloqueio orçamentário imposto pelo governo. De acordo com informações da Casa Civil, R$ 7,6 bilhões do orçamento do PAC foram contingenciados.

A menos de um ano e meio das próximas eleições, as ações visam garantir que obras e iniciativas sejam incluídas na propaganda eleitoral de 2026. No último evento oficial, Lula relançou um programa destinado a reduzir filas de atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS), mudando seu nome e buscando parcerias com a iniciativa privada para fortalecer sua marca.

Provando que grandes não são sempre melhores

A gestão de Lula tenta mostrar que as pequenas obras têm um grande impacto político e social. Projetos menores, como o “Pé-de-Meia”, um programa de ajuda financeira para alunos de baixa renda no transporte escolar, têm sido destacados como uma das iniciativas mais bem-sucedidas da atual administração. No entanto, é importante destacar que, até o momento, não há dados suficientes para mensurar com precisão o impacto dessas políticas na melhoria da educação.

Assim, o governo se vê diante do desafio de se reposicionar em um cenário de cortes orçamentários, enquanto, ao mesmo tempo, tenta batizar marcas e programas que provoquem ressonância e se tornem sinônimo de sua administração. O futuro dirá se essa estratégia de aposta em entregas menores será suficiente para reverter a percepção popular e, principalmente, garantir um espaço nas próximas eleições.

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