Brasil, 4 de junho de 2025
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GIA estuda opalas de Pedro II em projeto internacional

A opala, símbolo de Pedro II, é analisada pelo GIA para identificar sua origem e fortalecer mercado local.

A opala, sendo o principal símbolo da economia da cidade de Pedro II, está atraindo atenção internacional graças a um projeto de pesquisa do Gemological Institute of America (GIA). Considerado o maior e mais respeitado instituto de gemologia do mundo, o GIA está empenhado em construir uma base de dados global que possa identificar a origem das opalas, funcionando como um “DNA das pedras”.

Equipe de especialistas em Pedro II

A equipe do GIA, que é composta por renomados especialistas como o gemologista Aaron Palke, o fotógrafo Kevin Schumacher, o geólogo Brian Charles Cook e Win Vertriest, gerente de gemologia de campo do GIA em Bangkok, visitou a cidade para coletar amostras e estudar as opalas piauienses. O foco das análises é traçar tanto a composição química quanto mineralógica das pedras locais.

Representantes Fapepi, GIA e APL da Opala
Representantes Fapepi, GIA e APL da Opala. Foto: Maria Catiany.

As amostras coletadas estão sendo analisadas em laboratório, e o resultado desse levantamento será integrado a um banco de dados global. Este banco será fundamental para ajudar compradores, comerciantes e laboratórios a identificar a procedência das gemas com precisão científica.

As opalas são encontradas em poucos locais ao redor do mundo, com grandes concentrações na Austrália, no México e, claro, no Brasil, especialmente em Pedro II.

Brian Charles, geólogo do GIA.
Brian Charles, geólogo do GIA. Foto: Maria Catiany.

Importância da certificação

Brian Charles Cook, especialista que tem décadas de experiência trabalhando com gemas em diversas regiões do mundo, destacou a singularidade das opalas de Pedro II: “A opala daqui tem características únicas. Quando entendemos sua formação, podemos certificar sua origem. Isso é fundamental para valorizar a pedra no mercado internacional e combater fraudes”.

GIA e o Arranjo Produtivo Local

A presença do GIA em Pedro II foi facilitada pelo Arranjo Produtivo Local (APL) da Opala, que reúne instituições de ensino, a Fapepi (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí), o Governo do Estado e produtores locais com o intuito de fortalecer a cadeia produtiva da opala na região.

O evento contou com a participação de profissionais como Lilane Brandão, professora da Universidade Estadual do Piauí; Antonio Mário, ourives e coordenador do CETAM; e Érico Gomes, professor do Instituto Federal do Piauí e coordenador do APL da Opala. Érico afirmou: “Ter o GIA aqui significa colocar as opalas de Pedro II no radar mundial. É um reconhecimento da importância econômica e geológica da nossa pedra, que gera emprego e renda para muitas famílias da região”.

Mina do Boi Morto em Pedro II.
Mina do Boi Morto em Pedro II (PI). Foto: Maria Catiany.

Pesquisas e desenvolvimento

Além das análises do GIA, o APL da Opala já desenvolve suas próprias pesquisas focadas na identificação do “DNA” das opalas de Pedro II. O objetivo é consolidar informações científicas acerca das características minerais e geológicas das pedras locais, o que poderá contribuir significativamente para a valorização e a concorrência no mercado global.

Érico Gomes, professor do IFPI.
Érico Gomes, professor do IFPI e coordenador do APL da Opala. Foto: Maria Catiany.

Desafios e perspectivas econômicas

A opala é o principal produto da economia de Pedro II, que se baseia em um arranjo produtivo que combina mineração artesanal, lapidação e artesanato. No entanto, o setor enfrenta diversos desafios, como a informalidade, a variação do mercado internacional e a concorrência com materiais sintéticos ou de origem duvidosa.

Com o desenvolvimento dessas pesquisas em andamento, espera-se que a credibilidade das opalas de Pedro II no mercado internacional seja fortalecida, ampliando as oportunidades de negócios para os produtores e artesãos locais.

Mina do Mamomeiro em Pedro II.
Mina do Mamomeiro em Pedro II (PI). Foto: Maria Catiany.
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