O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a autoridade monetária não acredita ser o momento de sinalizar firmeza ou definir um guidance sobre os próximos passos da taxa de juros. Ele participou de evento promovido pelo Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) nesta semana.
Flexibilidade na condução da política de juros
Segundo Galípolo, o Banco Central ainda discute o ciclo de alta e a decisão a ser tomada na próxima reunião. “A flexibilidade significa que estamos abertos: vamos chegar à próxima reunião para tomar essa decisão sobre o que fazer”, afirmou. Para ele, criar atalhos para ganhar credibilidade pode ser arriscado e custoso, especialmente se posteriormente for necessário rever a estratégia.
Construção de credibilidade e coerência nas ações
O presidente do BC destacou que a credibilidade do processo de política monetária resulta da coerência entre ações e falas. Ele reforçou que a diretoria da instituição nunca preveu o limite do ciclo de aperto, mas sempre manteve clareza sobre os movimentos necessários. “A credibilidade é conquistada com ações que estejam alinhadas com a meta de inflação”, disse Galípolo.
Desafios na manutenção do isolamento monetário
Galípolo ainda ressaltou o desafio de sustentar uma política monetária restritiva pelo tempo necessário, destacando a importância de manter um “estômago de crocodilo” e “queixo de pedra” para resistir às críticas. Segundo ele, essa postura é fundamental para ancorar as expectativas de mercado e garantir o cumprimento da meta de inflação.
Convivência com juros elevados e pleno emprego
Questionado sobre como o Brasil consegue manter uma economia operando com uma taxa de juros real próxima de 10% e, ao mesmo tempo, pleno emprego, Galípolo afirmou que é uma questão central na política econômica. “A dúvida é: como é possível sobreviver há quatro anos com juros de dois dígitos e ainda assim ter uma economia em pleno funcionamento?”, questionou.
Canais obstruídos e necessidade de reformas
O presidente do BC explicou que os canais tradicionais de transmissão da política monetária estão obstruídos, o que exige doses mais altas de “remédio” para alcançar os mesmos efeitos que outros bancos centrais obteriam com doses menores. “Esse é um tema que vamos estudar profundamente, pois impacta não só a política monetária, mas toda a economia”, afirmou.
Perspectivas para o enfrentamento do desafio
Galípolo disse que não existe uma solução mágica para as dificuldades enfrentadas. “Será necessária uma série de reformas estruturais para normalizar a política monetária e reduzir a intensidade das doses de remédio que precisamos aplicar”, concluiu. Essa estratégia demanda paciência e perseverança, reconheceu.
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