A morte trágica de Deividi Silva Pereira, um estudante de apenas 16 anos, chocou a comunidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O adolescente foi baleado por um policial militar durante uma abordagem feita na noite da última sexta-feira (30), enquanto voltava para casa após sair com amigos para comprar salgadinhos. A família do jovem se mobilizou, e um protesto foi realizado, interditando a BR-040 em busca de justiça.
O fatídico incidente
Segundo informações da família, Deividi estava jogando videogame com amigos e saiu de casa apenas para comprar salgadinhos. Ao retornarem, o grupo foi abordado por policiais militares próximo à residência do jovem. Assustado, Deividi tentou fugir, e foi neste momento que um dos policiais disparou de dentro da viatura, atingindo o garoto pelas costas, na cabeça. Ele foi rapidamente socorrido e levado ao Hospital Municipal Moacyr do Carmo, mas não resistiu aos ferimentos.
A mãe de Deividi, visivelmente abalada, relatou a cena horrenda quando chegou ao local. “Ele gostava de viver, de ir pra escola, de passear. Tinha um sonho de estudar e ser paraquedista do Exército. Eu pedi: ‘Socorro, pelo amor de Deus. Ele é uma criança!’. E o policial só falou: ‘Tá morto’. Ele ainda estava vivo!”, desabafou. A dor da mãe foi compartilhada por seu irmão, Luiz Guilherme, que enfatizou que Deividi sonhava em ser policial e que morreu pelas mãos de um “policial despreparado”.
Reações e protestos por justiça
Neste contexto de indignação, familiares e amigos de Deividi realizaram um protesto na manhã desta segunda-feira (2), interditando a BR-040, na altura do km 122, sentido Juiz de Fora. A manifestação, que envolveu cerca de 30 pessoas, foi motivada pela busca de justiça para o estudante. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) atuou para negociar a liberação da pista, que foi restabelecida depois de algumas horas.
Luiz Guilherme, o irmão de Deividi, reforçou a necessidade de responsabilização do policial envolvido no caso. “Morreu pelas mãos de um policial despreparado, que precisa ser preso e julgado”, expressou, evidenciando a frustração da família diante da situação.
Posição da Polícia Militar
A Polícia Militar, em nota, relatou que os agentes do 15º BPM tentaram abordar duas motocicletas na Rua Sebastião de Carvalho, mas os condutores desobedeceram à ordem de parada. Em decorrência deste evento, um dos policiais efetuou disparo, que resultou na morte de Deividi. A corporação informou que um procedimento interno foi instaurado para apurar a conduta dos envolvidos, e os policiais foram afastados preventivamente. A investigação segue sob a responsabilidade da 59ª Delegacia de Polícia (Duque de Caxias) e a PM declarou que está colaborando com todo o processo investigativo.
Impacto na comunidade
A morte de Deividi ressoou profundamente entre os moradores da comunidade e gerou debates acalorados sobre abordagens policiais e a segurança dos jovens. A tragédia é mais um capítulo triste no cenário de violência e desconfiança que permeia a relação entre a polícia e as comunidades. O caso destaca a necessidade urgente de revisões nas práticas policiais e maior atenção às reivindicações de segurança e respeito aos direitos humanos.
Enquanto isso, a família de Deividi busca consolo em meio à dor e se une na luta por justiça, destacando o importante papel da juventude e dos sonhos que, muitas vezes, são interrompidos de forma abrupta e trágica. A busca por respostas e a esperança de mudanças no sistema de segurança pública seguem como prioridades na agenda da comunidade.