Brasil, 4 de junho de 2025
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Depoimentos no STF revelam detalhes sobre tentativa de golpe de Bolsonaro

Os depoimentos sobre o processo que investiga Jair Bolsonaro e aliados revelam novas informações sobre a tentativa de golpe em 2022.

Na última segunda-feira, 2 de junho, foram concluídos os depoimentos das testemunhas de acusação e defesa dos oito réus envolvidos no processo que investiga uma tentativa de golpe liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. No total, 52 pessoas foram ouvidas, trazendo à tona detalhes sobre a suposta incitação à ruptura democrática após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.

O processo e as audiências no STF

As audiências ocorreram sob a supervisão do relator da ação penal, ministro Alexandre de Moraes, e foram realizadas por videoconferência. A partir de agora, estão agendados os interrogatórios dos réus, conhecidos como o “núcleo crucial” da suposta trama golpista, com início marcado para 9 de junho. O ministro Moraes também deve consultar a Procuradoria-Geral da República (PGR) e os advogados das partes sobre a necessidade de novas provas.

Os depoimentos deram destaque a uma reunião que ocorreu no Palácio da Alvorada, onde foram discutidos planos que poderiam ser considerados como uma tentativa de golpe. Durante as audiências, houve momentos tensos, com Moraes repreendendo e até ameaçando prender algumas testemunhas, como o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, que demonstrou resistência a algumas perguntas.

Reuniões e planejamentos golpistas

Um dos principais depoimentos foi do ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal, Adiel Pereira Alcântara, que afirmou ter ouvido ordens para reforçar abordagens de ônibus durante as eleições de 2022. Alcântara disse que essas orientações visavam “tomar um lado”, e corroborou que a chefia da PRF tinha direcionado suas ações a partir do Ministério da Justiça.

Além disso, o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, tinha inicialmente afirmado à Polícia Federal que o ex-presidente falava sobre um golpe de Estado, mas durante o depoimento no STF, amenizou suas declarações, levando Moraes a alertá-lo sobre possíveis consequências legais por contradizer-se.

A reunião com Bolsonaro e militares

O ex-comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Baptista Júnior, também confirmou a realização de uma reunião com Bolsonaro onde foram discutidas “hipóteses de atentar contra o regime democrático”. O brigadeiro relatou que, na ocasião, o então comandante do Exército ameaçou prender Bolsonaro se a situação avançasse.

Abordagem sobre a transição de governo

As defesas dos réus tentaram demonstrar que não houve resistência à transição de governo, questionando as testemunhas sobre qualquer orientação nesse sentido. A maioria negou ter recebido ordens para dificultar a posse de Lula, criando um debate sobre a conduta do governo e dos militares após as eleições. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reforçou que nunca teve conhecimento de intenções golpistas de Bolsonaro.

Entre as várias confusões, uma testemunha ficou surpresa ao descobrir que estava sendo investigada no curso dos depoimentos e negou qualquer envolvimento em práticas que pudessem comprometer a integridade do processo eleitoral.

Repercussões e futuro da investigação

As audiências e os depoimentos revelaram uma trama complexa envolvendo múltiplos atores e foram marcadas por momentos de tensão e pressão. O Supremo Tribunal Federal (STF) agora se encontra em uma posição delicada, onde deverá deliberar sobre as provas apresentadas, além da condução do processo em relação aos réus.

Com o agendamento de novas audiências e a possibilidade de novas provas, o desenrolar dessa investigação pode ter implicações significativas para o cenário político brasileiro, principalmente em relação à figura de Bolsonaro e suas ações durante e após o período eleitoral de 2022.

A cada nova audiência, o público aguarda ansiosamente por novas revelações e interpretações sobre o que realmente ocorreu nas esferas de poder e como isso afetará o futuro do Brasil.

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