Brasil, 3 de junho de 2025
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Correios registra prejuízo recorde de R$ 1,72 bilhão no primeiro trimestre de 2025

A estatal dos Correios enfrentou seu pior resultado para um primeiro trimestre desde 2017, com prejuízo de R$ 1,72 bilhão em 2025

Os Correios divulgaram nesta sexta-feira (2) um prejuízo de R$ 1,72 bilhão no primeiro trimestre de 2025, mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado, que foi de R$ 801 milhões. Apesar de afirmar que a continuidade operacional está assegurada, a empresa enfrenta uma séria crise financeira, marcada por problemas de receita, atrasos e dificuldades na manutenção dos serviços.

Contexto da crise financeira nos Correios

Desde 2022, os Correios vêm apresentando resultados negativos consecutivos, agravados pela forte concorrência no mercado de entregas e pela queda na receita, associada à diminuição do volume de encomendas e às mudanças nas taxas de tributação, como a recente taxação das compras internacionais por plataformas asiáticas. Segundo fontes internas, a situação se tornou prioridade no governo, que tenta implementar medidas para estabilizar a estatal.

Problemas internos e contábeis

O relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) indica que a estatal utilizou mecanismo irregular na baixa de uma despesa de aproximadamente R$ 1 bilhão em 2023, relacionada ao pagamento de adicionais de periculosidade a funcionários. Essa irregularidade, ainda sob análise, poderia majorar o prejuízo registrado, que atualmente está em R$ 663,5 milhões para o ano passado, e elevar o déficit total da empresa.

Desafios operacionais e problemas na gestão

Além dos números negativos, os Correios enfrentam dificuldades com atrasos em pagamentos a fornecedores, falta de materiais de trabalho e problemas de infraestrutura. Funcionários e terceirizados relataram atrasos no pagamento a fornecedores, problemas na manutenção de agências e falta de recursos necessários para o funcionamento das operações, especialmente em áreas remotas. A própria empresa reconhece que está adotando medidas para otimizar custos e garantir a qualidade dos serviços.

Medidas em andamento e impacto para os serviços

A companhia enfatiza que “a continuidade operacional dos Correios está garantida para 2025” e que a proteção legal do modelo estatal reforça essa estabilidade, mesmo diante dos desafios econômicos. Como parte das ações, há um plano de reorganização, incluindo o fechamento de unidades com baixa eficiência e uma revisão de contratos, além de operações extras durante fins de semana para tentar contar com o ritmo de entregas.

Controvérsias e questionamentos

Relatórios do TCU apontam também irregularidades na contabilidade da estatal, que podem indicar um quadro mais negativo do que o divulgado oficialmente. Ainda assim, o setor jurídico dos Correios afirma que o balanço está em conformidade com as normas contábeis e jurídicas do setor público, alegando que não há irregularidades nas providências adotadas.

Impasses atuais e desafios futuros

A Associação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) questiona a falta de materiais e recursos essenciais, além de apontar que parte dos funcionários ainda trabalha sem receber todas as remunerações devidas, incluindo as contribuições ao fundo de previdência Postalis, que está em atraso. As dificuldades de gestão refletem a complexidade do momento financeiro da estatal.

Ações do governo e perspectivas

Atualmente, os Correios operam com cerca de 83 mil funcionários e 10 mil agências, enquanto planejam reduzir esse quadro para 80 mil, com economia prevista de R$ 1,5 bilhão. A administração busca ainda ampliar a eficiência por meio de ajustes operacionais e estratégicos, enquanto negocia com órgãos reguladores e o mercado.

Segundo especialistas, o cenário exige mudanças estruturais profundas, incluindo maior autonomia para a empresa e uma revisão no papel do Estado na gestão dos serviços postais. A crise reforça a necessidade de políticas eficientes de sustentabilidade econômica, além de garantir a função social do serviço postal.

Fonte: O Globo

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