Após um longo período de angústia e incerteza, a família de Rafael Miguel, conhecido ator da série infantil “Chiquititas”, finalmente vê a Justiça ser feita. Nesta sexta-feira (30), Paulo Cupertino Matias foi condenado a 98 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato do jovem e de seus pais, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel, ocorrido em 2019.
Medo e alívio após a condenação
A tia de Rafael, Maria Gorete Silva Carvalho, expressou seu profundo alívio ao receber a notícia da condenação. Em uma emocionante entrevista ao programa “Fantástico”, ela não hesitou em expor o medo que sentia durante os anos em que Cupertino esteve foragido.
“Fiquei com medo dele sair por aquela porta. A gente tinha medo dele aparecer no nosso bairro”, revelou Maria. Essa declaração expõe o impacto do crime não apenas na vida da família, mas na sensação de segurança da comunidade.
A dor da perda e as memórias afetivas
Maria descreveu Rafael como uma pessoa carinhosa, brincalhona e próxima da família. “Rafa era um filho pra mim. Ele e meu cunhado eram brincalhões demais. Miriam também era uma ótima irmã”, recordou Maria, emocionada.
Ela ainda compartilhou uma curiosidade sobre o jovem: “Ele não gostava de brócolis”, referindo-se ao comercial em que Rafael insistia na compra do vegetal – um momento que ressaltou a leveza e a alegria que ele proporcionava à família.
As reuniões familiares aos domingos e nas datas especiais são lembranças que trazem saudades, como Maria compartilhou: “Você lembra de tudo, né? Aniversário, fim de ano… Era tão bom.” Atualmente, ela cuida das duas irmãs de Rafael, de 32 e 20 anos, mantendo viva a memória do ator dentro da família.
Contexto do crime e a condenação de Cupertino
O julgamento de Paulo Cupertino ocorreu no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, e durou dois dias. O crime, que chocou o Brasil, aconteceu quando Cupertino não aceitava o namoro de sua filha, Isabela Tibcherani, com Rafael. Em uma tentativa de conversar, os pais do ator foram recebidos a tiros, resultando em uma tragédia sem precedentes. Após o atirador cometer o triplo homicídio, ele fugiu para Mato Grosso do Sul e depois para o Paraguai, sendo preso somente em maio de 2022.
A sentença e o significado para a família
Com a sentença proferida, Maria Gorete manifestou seu sentimento de que a Justiça finalmente prevaleceu: “Foi. Tô satisfeita. É a resposta que eu queria”. A pena de 98 anos, embora simbólica – uma vez que a legislação brasileira limita o cumprimento máximo a 30 anos – reflete a gravidade do crime e a expectativa de que Cupertino não tenha direitos a benefícios como a progressão de regime.
Essa condenação não apenas marca um encerramento na batalha judicial da família, mas também representará um marco na luta por justiça em casos semelhantes, iluminando a importância de garantir que crimes dessa magnitude sejam punidos de acordo com sua seriedade.
O alívio e a dor entrelaçam-se na voz de Maria Gorete, que agora busca seguir em frente, honrando a memória de Rafael e mantendo viva a herança amorosa que ele deixou.
Assista ao vídeo completo sobre a condenação no programa “Fantástico”: