No dia 24 de março de 2025, o município de Itaueira, no Piauí, foi palco de uma tragédia que chocou a comunidade. A adolescente Maria Victória Rodrigues dos Santos, apenas 15 anos e grávida de cinco meses, foi encontrada morta em sua casa, com perfurações no tórax. O caso gerou repercussão e levou à prisão do padrasto, Ramon Silva Gomes, considerado o principal suspeito do crime.
A vida de Maria Victória
Filha de uma trabalhadora rural, Maria Victória era conhecida por sua doçura e por estar sempre cercada de amigos. Estudante do Ensino Médio no Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Monsenhor Uchôa, a adolescente se mostrava promissora e tinha um futuro pela frente. Para ela, a gestação representava um momento de alegria e esperança, mesmo em sua pouca idade. “Ela estava tão feliz de ter esse filho e foi tirada a oportunidade dela”, lamentou a mãe, Marisa Rodrigues.
Maria tinha um sonho de viver a experiência da maternidade com seu filho, que ela já havia nomeado de Isaac. A alegria pela gravidez contrastava com a dor da sua perda, que se agrava pela brutalidade do crime. “Era uma menina muito boa, todo mundo gostava dela”, disse Marisa, ressaltando a amabilidade e o carisma da filha.
A descoberta do crime
O corpo de Maria Victória foi encontrado por sua mãe, que havia saído de casa por volta das 19h para uma atividade religiosa. Ao retornar, encontrou a porta aberta, o que a deixou inquieta. Após não conseguir contato com a filha, foi ao quarto e fez uma descoberta devastadora. “Aí parei. Não pude fazer mais nada”, lamentou a mãe em uma entrevista.
Investigação e prisão do suspeito
Imediatamente após a descoberta do corpo, a polícia iniciou uma investigação que levou à prisão do padrasto, Ramon Silva Gomes, na manhã do dia 30 de março. A localização de seu celular indicou que ele estava presente na casa no momento do assassinato, apesar de suas declarações em contrário. O delegado João Ênio esclareceu que os dados coletados são “irrefutáveis e inquestionáveis” e reforçou a importância da análise das imagens de segurança da residência onde o crime ocorreu.
Ramon foi indiciado sob a suspeita de ser o executor do crime, mas também surge a possibilidade de que tenha atuado como mandante ou testemunha. As declarações contraditórias do suspeito e a falta de provas sobre sua versão dos fatos fizeram levantar dúvidas sobre sua inocência.
Exumação e novas evidências
Para aprofundar a investigação, o corpo de Maria Victória foi exumado em 10 de abril, visando coletar novas provas biológicas. A mãe da vítima, em desespero, lembrou que no dia do crime uma faca havia sido mencionada, mas a polícia não conseguiu encontrá-la em nenhuma busca.
Com a comunidade em estado de choque, a triste história de Maria Victória levanta questões profundas sobre a violência contra mulheres e adolescentes no Brasil. A dor de perder uma filha em tais circunstâncias é inimaginável, e a busca por justiça é uma demanda crescente entre os familiares e amigos.
A legião de solidariedade
Em homenagem a Maria, amigos, alunos e professores da escola onde estudava se uniram em um ato simbólico, soltando balões brancos em memória da adolescente. Este gesto reforçou a importância da coletividade em momentos de dor e a luta por justiça em casos como o dela.
Enquanto a investigação prossegue, a comunidade se mobiliza para apoiar a família de Maria Victória e discutir a necessidade de ações que combatam a violência de gênero e protejam as jovens no Brasil. O caso destaca não apenas uma tragédia pessoal, mas um problema societal que precisa ser enfrentado com urgência e determinação.