Brasil, 2 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

STF nega pedido de Daniel Silveira para trabalhar fora da prisão

Supremo Tribunal Federal rejeita solicitação do ex-deputado para estudar e trabalhar fora do regime semiaberto.

Na última sexta-feira (30/5), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em um julgamento virtual, negar o pedido do ex-deputado federal Daniel Silveira para que pudesse trabalhar e estudar fora da prisão. Com a aprovação da maioria dos ministros, por nove votos a dois, o veto do relator da ação penal, ministro Alexandre de Moraes, foi confirmado, e Silveira permanecerá no regime semiaberto, situado em uma colônia agrícola em Magé, no Rio de Janeiro.

Argumentos da defesa em prol da ressocialização

A defesa de Silveira alegou que permitir que ele tivesse a oportunidade de atuar em um trabalho remunerado e estudar poderia facilitar sua reintegração à sociedade. Segundo seus advogados, a atual situação do ex-parlamentar é “equivalente à do regime fechado”, uma vez que ele enfrenta restrições que o impedem de desempenhar atividades educacionais e laborais. Os representantes legais do ex-deputado criticaram, ainda, o sistema penitenciário brasileiro, que, segundo eles, não contribui para a ressocialização dos detentos.

“O falido sistema carcerário brasileiro, abarrotado de presos, não contribui em nada para a ressocialização do apenado. Dessa forma, uma oportunidade de trabalho remunerado e estudo em unidade de ensino superior está intimamente ligada ao objetivo do Estado na tentativa de ressocialização”, argumentou a defesa de Silveira.

Posicionamento da Procuradoria-Geral da República

A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se contrariamente ao recurso da defesa de Silveira, ressaltando que o ex-deputado descumpriu, anteriormente, várias condições impostas durante o cumprimento de sua pena. Tal comportamento, segundo a PGR, não justifica uma nova autorização para a saída do estabelecimento prisional.

O histórico de condenações de Daniel Silveira

Daniel Silveira foi condenado pelo STF em abril de 2022 por tentativa de impedir, por meio de violência ou ameaça, o livre exercício dos Poderes, além de coação no curso do processo. A punição incluiu uma multa de R$ 192,5 mil e a inelegibilidade por oito anos. Em sentido contrário, no mesmo mês da condenação, o então presidente Jair Bolsonaro concedeu um indulto presidencial ao ex-deputado, anulando sua pena. No entanto, em 2023, sob a administração de Luiz Inácio Lula da Silva, o STF derrubou o indulto por entender a medida como inconstitucional, determinando a prisão imediata de Silveira.

Descumprimento de medidas judiciais

O voto do relator, Alexandre de Moraes, fundamentou-se principalmente nas atitudes de Silveira no final de 2024, quando ele foi libertado de maneira condicional. Na ocasião, o ex-deputado ignorou medidas judiciais, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de uso de redes sociais, o que resultou em sua recaptura apenas três dias depois da liberdade condicional. Moraes foi acompanhado por outros ministros, como Cármen Lúcia e Dias Toffoli, na decisão de manter o veto ao pedido.

Votações e opiniões divergentes

Entre os ministros que votaram contra o relator, André Mendonça e Nunes Marques destacaram-se. Mendonça argumentou que, em sua visão, Silveira deveria já estar aproveitando o benefício do livramento condicional e que isso indicava que ele poderia deixar o cárcere para atividades externas como trabalho e estudo.

Com a negativa do STF, a situação de Daniel Silveira continua a ser um assunto polêmico na sociedade brasileira, levantando discussões sobre a eficácia do sistema prisional e os direitos dos apenados em busca de reintegração social.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes