A inteligência artificial (IA) vem ganhando protagonismo na rotina das pessoas, ultrapassando o universo técnico e infiltrando-se nas decisões cotidianas. Desde assistentes virtuais até conselheiros amorosos, a tecnologia influencia escolhas e transforma relações de maneiras que ainda estão sendo compreendidas.
IA no cotidiano: de conselheira a influencer de relacionamentos
Um exemplo recente viralizou nas redes sociais ao mostrar uma mulher grega que decidiu se divorciar após seguir orientações do ChatGPT. A inteligência artificial, baseada em técnicas de tasseografia, revelou supostas infidelidades do marido, levando a uma decisão drástica. Essa situação evidencia como a IA, cada vez mais presente, é vista como uma fonte de respostas rápidas e confiáveis.
O papel da confiança e o questionamento da IA
Por que, apesar de suas limitações, muitas pessoas acreditam quase cegamente na IA? Segundo a psicanalista Mirta Cohen, a busca por uma resposta mágica reflete uma necessidade infantil de acreditar em algo que dite nossas ações sem que assumamos total responsabilidade. Patricia O’Donnell, psiquiatra e psicanalista, lembra que essas respostas instantâneas muitas vezes ignoram nossas emoções, facilitando uma aceitação sem reflexão.
Capacidades e limites das máquinas
Especialistas explicam que a IA processa grandes volumes de texto por meio da previsão de palavras, usando sistemas complexos como o de “Atenção” para entender o contexto. No entanto, ela não raciocina nem possui consciência, gerando conteúdos com base em padrões aprendidos, o que pode levar a equívocos. Ainda assim, a evolução dessas ferramentas tem potencial para corrigir erros e ampliar sua precisão.
Dependência, solidão e os riscos emocionais
O uso excessivo de IA como companheira virtual pode gerar dependência emocional, como revela estudo do MIT Media Lab e OpenAI. Pesquisa indica que pessoas que conversam frequentemente com chatbots tendem a relatar maior solidão e dificuldades de relacionamento humano. Para o psicanalista Andrés Rascovsky, a conexão com máquinas nunca substituirá os vínculos humanos, embora a tecnologia tente se humanizar cada vez mais.
Perspectivas futuras e cuidados necessários
Analistas alertam para a necessidade de questionar a confiança nas respostas geradas por IA, que tendem a reforçar nossos próprios vieses e preferências. O uso consciente e equilibrado pode evitar que a sociedade caia em uma dependência que aggravue a solidão e limite a criatividade humana. Como destaca o relatório do Barna Group, as gerações mais jovens demonstram maior urgência em integrar a IA às suas vidas, o que exige um olhar crítico e responsável.
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