Brasil, 2 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Iniciativas na Amazônia fortalecem cadeias produtivas sustentáveis contra o desmatamento

Plataforma digital revela o potencial da bioeconomia na Amazônia, promovendo renda, preservação e desafios na região.

A região do Interflúvio Madeira-Purus, na Amazônia, está no centro de debates sobre o desenvolvimento sustentável e o combate ao desmatamento. Com uma vasta extensão de cerca de 200 mil km², o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) lança amanhã o primeiro mapeamento das cadeias produtivas locais, que incluem produtos de bioeconomia como borracha, castanha, pirarucu e bioplásticos.

Cadeias produtivas e sustentabilidade na Amazônia

A plataforma digital Redes da Sociobiodiversidade no Interflúvio Madeira-Purus tem como objetivo fortalecer redes de associações, cooperativas e pequenos negócios. Segundo Fernanda Meirelles, líder da Iniciativa Estratégica de Governança Territorial do Idesam, “mapear e fortalecer essas cadeias é fundamental para garantir renda às populações tradicionais e conservar a biodiversidade ao mesmo tempo que combatemos o desmatamento”.

Potencial econômico e ambiental

Dados do relatório divulgado mostram que a agricultura regenerativa pode gerar até 100 bilhões de dólares somente no Cerrado, outra importante região de biomas brasileiros. No Amazonas, nomes tradicionais como Lábrea, que figura entre os maiores desmatadores do país, acumulam práticas de uso sustentável, como a extração de castanha-do-Brasil, murumuru, andiroba e espécies de frutas típicas.

Por exemplo, a produção de látex nativo da seringueira, empregada por comunidades locais, passou de um preço de R$ 3 para R$ 20 por quilo desde 2019, refletindo a valorização sustentável dessas práticas. “Nosso clima e as riquezas da várzea fazem a diferença”, destaca David Lima, presidente da Associação dos Produtores Agroextrativistas de Santa Rosa, uma das comunidades que preservam o valor da borracha natural da Amazônia, utilizada por empresas como Michelin e Veja.

Desafios e pressões na floresta

Apesar do potencial, a região enfrenta desafios como o aumento do desmatamento, especialmente em Lábrea, que há seis anos derruba, em média, 350 mil metros quadrados de floresta por dia — quase a área de um Parque Ibirapuera a cada três dias. Em 2024, a alta de 19,1% na taxa de desmatamento na cidade contrasta com a tendência de queda na Amazônia como um todo.

Fernanda Meirelles alerta que a pavimentação da BR-319, uma obra que conecta Manaus a Porto Velho, tem atraído grileiros e acelerado a devastação, evidenciando a necessidade de ações que priorizem a preservação e o fortalecimento da floresta.

Expansão de cadeias produtivas e inovação

As comunidades locais se adaptam, aproveitando a biodiversidade de forma sustentável. Na Resex Médio Purus, por exemplo, a coleta de castanhas, tucumã, jatobá e folhas de mutamba é aliada ao desenvolvimento de produtos de maior valor agregado, como embalagens de celulares feitas de bioplástico e itens para cuidados capilares, beneficiados por empresas como Natura.

Segundo Osiel da Silva, líder comunitário de Santa Rosa, “não há escolha quando se vive na floresta, ela é nossa fonte de vida e resistência”. Ele ressalta que a plataforma do Idesam é uma oportunidade de ampliar esses negócios e atrair investimentos, garantindo a permanência das populações tradicionais na floresta.

Perspectivas futuras e a luta contra o desmatamento

A plataforma digital, que será oficialmente apresentada amanhã, deseja promover conexões entre produtores, centros de pesquisa e investidores, além de impulsionar o crescimento de cadeias sustentáveis. Isso ocorre no contexto do lançamento do Plano Nacional de Bioeconomia na COP30, na luta por uma Amazônia mais preservada e com possibilidades econômicas sustentáveis.

Para consultoria especializada, ações como a valorização de produtos tradicionais e o fortalecimento de cadeias produtivas podem ser a chave para equilibrar desenvolvimento econômico e conservação ambiental na maior floresta tropical do mundo.

Fonte: O Globo

**Tags:** Amazônia, bioeconomia, sustentabilidade, desmatamento, cadeias produtivas

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes