Brasil, 3 de junho de 2025
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Gravadoras negociam licenciamento de obras para startups de IA musical

Principalmente a Universal, Warner e Sony buscam acordos para garantir pagamento pelo uso de suas músicas por empresas de IA

As principais gravadoras brasileiras estão em negociações com startups de inteligência artificial, como a Udio e Suno, visando estabelecer modelos de licenciamento para o uso de obras musicais. Os acordos, segundo fontes próximas às conversas, visam definir como essas empresas de IA devem compensar artistas e detentores de direitos pelo uso de músicas em suas plataformas.

Gravadoras pressionam por taxas e participação acionária na IA musical

Grupos como Universal Music, Warner Music e Sony Music estão buscando garantir uma compensação financeira pelo uso de suas músicas nas plataformas de IA. Além da remuneração, as gravadoras também buscam participação acionária na Suno e Uidio, empresas pioneiras no uso de IA generativa para criação musical. Saiba mais sobre o impacto da IA na cultura.

No ano passado, as gigantes do setor processaram as startups alegando violação de direitos autorais, pedindo até US$ 150 mil por obra infringida, o que pode totalizar bilhões de dólares em valores reivindicados.

Startups de IA e plataformas de criação musical

As plataformas Uidio e Suno possibilitam que usuários descrevam uma música, como “uma balada country moderna sobre um amor não correspondido”, e recebam uma gravação gerada por IA. Para isso, os softwares precisam ser treinados com conjuntos de dados compostos por milhões de músicas, incluindo obras protegidas por direitos autorais.

Busca por entendimento jurídico e novos acordos

O litígio entre as gravadoras e as startups de IA pode ser amenizado com acordos de licenciamento, que também serviriam para encerrar processos judiciais em tramitação. Em 2024, as empresas de IA e as gravadoras intensificaram as negociações, numa espécie de corrida para formalizar acordos antes de decisões judiciais definitivas.

Perspectivas futuras e desafios do setor

As discussões envolvem também o debate sobre o uso justo de conteúdo protegido por direitos autorais. Enquanto as empresas de IA defendem que sua utilização se enquadra nesta categoria, os detentores dos direitos argumentam que devem ser remunerados. A comunidade musical, por sua vez, busca colaborar com desenvolvedores responsáveis para construir ferramentas de IA sustentáveis, centradas na criatividade humana, colocando artistas e compositores no controle.

Até o momento, a Udio e a Suno não comentaram oficialmente sobre as negociações. Também nenhuma das principais gravadoras se pronunciou publicamente.

Com investimentos de US$ 10 milhões na Udio e US$ 125 milhões na Suno, apoiados por fundos como Andreessen Horowitz e Lightspeed Venture Partners, as startups continuam a expandir suas operações, alimentadas pelo crescimento do mercado de IA musical.

De acordo com especialistas, o avanço da tecnologia de IA na música gera um dilema: equilibrar inovação e proteção dos direitos autorais. A trajetória das negociações pode marcar um ponto de virada na regulamentação e na forma de uso de conteúdos protegidos na era digital.

Fonte: O Globo

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