Brasil, 2 de junho de 2025
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Freiras brasileiras viralizam com beatbox e dançam em programa

Freiras de Goiás chamam atenção mundial e refletem o uso criativo das redes sociais pela Igreja Católica para atrair os jovens.

No ritmo da fé e com muita animação, as freiras Marizele Cassiano e Marisa de Paula, da congregação Copiosa Redenção de Trindade (GO), chamaram a atenção mundial após uma apresentação inesperada no programa Pai Eterno, da TV Pai Eterno. O momento espontâneo, que combinou beatbox, dança e louvor, viralizou nas redes sociais nesta semana. Além da batida e do flow das irmãs, o registro das religiosas evidencia o trabalho da Igreja Católica nas redes sociais para atrair os mais jovens.

A força da presença religiosa nas redes sociais

Com grande apelo nas plataformas digitais, a oração do rosário comandada pelo frei Gilson mobiliza fiéis em todo o Brasil durante as madrugadas. O sacerdote carmelita, conhecido por seu carisma e forte presença nas redes sociais, incentiva a prática da devoção mariana e reúne milhares de pessoas em oração mesmo nas primeiras horas do dia.

Outro religioso que ganhou destaque recentemente foi o padre Patrick Fernandes, que compareceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das apostas no Senado Federal. Com quase 7 milhões de seguidores nas redes sociais, o sacerdote tem um grande apelo junto ao público jovem e usou sua plataforma para alertar sobre os riscos das apostas online. Ele tem recebido relatos de fiéis e seguidores que enfrentam o vício em jogos.

O movimento da Igreja nas redes sociais

A doutora em teologia e historiadora, Denise Santana, explica que a Igreja Católica já investe em comunicação há um tempo, intensificando o uso das redes sociais nos últimos anos. Na visão da teóloga, a igreja percebeu a importância da comunicação social e a utiliza como ferramenta para sua missão evangelizadora.

“Essa estratégia de usar as redes vai chamar a atenção da juventude, vai aproximar e dará à Igreja a oportunidade de dialogar com os jovens na linguagem deles e no meio de comunicação que dominam”, explica Denise Santana.

As paróquias realizam eventos durante todo o ano que contam com o apoio dos fiéis para torná-los viáveis. Entre os artifícios usados pelos párocos para atrair a população para as cerimônias religiosas estão as chamadas “trends”. Os vídeos que mostram padres inseridos na realidade dos jovens têm acumulado milhões de visualizações nas redes sociais.

Para o padre Rafael Souza, do Santuário Nossa Senhora da Saúde, em Brasília, essas trends conseguem chamar a atenção dos jovens, embora ele considere que esse movimento pode ser superficial. Ele acredita que a Igreja precisa ser vigilante para que as trends não se tornem uma banalização da fé.

“Precisamos, quando eles vierem, oferecer algo da nossa fé, de Jesus Cristo. Temos que nos policiar. Algumas trends são chacotas e acabam banalizando nossa fé. A Igreja está aqui para acolher todos, mas mostrar o caminho do céu”, avalia o padre.

Diálogo necessário com as novas gerações

Denise Santana observa que esse movimento da Igreja Católica é necessário para manter um diálogo direto com a população. Segundo a historiadora, esse fenômeno lembra o que aconteceu no século I, quando o apóstolo Paulo usou cartas para se comunicar com as igrejas cristãs da época.

“A carta era o meio de comunicação mais moderno para aquele século. Hoje, a Igreja Católica usa a internet, que é o meio de comunicação mais atual. Já existem vários católicos influenciadores autônomos nas redes sociais. Isso é um fenômeno contemporâneo que tende a crescer”, detalha Denise.

A presença digital do Vaticano

O Papa Francisco foi o primeiro Santo Padre com forte presença online. As redes sociais de Francisco contam com milhões de seguidores, servindo como um canal direto entre o Vaticano e os fiéis pelo mundo. Com menos de um mês no cargo, Leão XIV já possui mais de 13 milhões de seguidores em uma de suas redes, utilizando a ferramenta para publicar agendas e mensagens para internautas.

Denise Santana ainda ressalta a “igreja virtual” como uma nova forma de os fiéis se relacionarem e formarem comunidades de fé, alcançando mais pessoas em um curto espaço de tempo. Contudo, ela também aponta para os desafios, como o aumento de ataques de ódio virtual e fake news, que denunciam a necessidade de um cuidado maior no ambiente digital.

“Há formação de comunidades, mas isso não garante que a pessoa tenha verdadeira companhia. O uso da internet não significa, necessariamente, alto envolvimento comunitário”, conclui Denise.

Em suma, a experiência das freiras de Trindade (GO) demonstra como a Igreja Católica pode inovar e se adaptar aos novos tempos, mantendo sua relevância entre as gerações mais jovens e usando a criatividade como uma ferramenta poderosa para a evangelização.

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