Brasil, 2 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Farmácias reforçam segurança contra roubos de medicamentos de alto valor

Criminosos aumentam ataques a farmácias, targeting produtos como Ozempic e Wegovy, levados por quadrilhas que atuam principalmente de madrugada

Uma onda crescente de roubos a farmácias tem levado redes do setor a investir cada vez mais em estratégias de segurança. Os ataques, frequentemente à noite, visam medicamentos de alto custo, como as canetas injetáveis Ozempic, Wegovy e Mounjaro, que têm atraído a atenção de quadrilhas especializadas.

Roubos de medicamentos de alto valor aumentam na segurança das farmácias

De acordo com dados do Instituto para Human Data Science da consultoria IQVIA, as vendas de semaglutida, princípio ativo do Ozempic, dispararam quase 3.000% no Brasil de 2019 a 2024, passando de US$ 27,5 milhões para US$ 818,3 milhões. Este aumento na demanda por medicamentos como esse, usados no tratamento de diabetes e obesidade, torna-os alvos valiosos para criminosos.

Nos últimos meses, diversas farmácias foram vítimas de assaltos, especialmente na Região Metropolitana de São Paulo e no interior paulista, com prejuízos que chegam a dezenas de milhares de reais. Em junho de 2024, uma farmácia no Parque São Lucas, na Zona Leste de São Paulo, foi assaltada três vezes em menos de um mês, levando R$ 45 mil em medicamentos, incluindo Ozempic.

Medidas de segurança e atuação policial

Para combater esse cenário, as redes de farmácias estão reforçando seus investimentos em segurança. A RD Saúde, responsável pelas marcas Raia e Drogasil, declarou aumentar esforços com a redução de estoques e reconfiguração de disposição dos produtos mais visados, além de instalar tarjas pretas nas caixas de canetas injetáveis que dizem: “Se você não comprou na Raia ou Drogasil, denuncie”.

Outras empresas também intensificaram ações, como a Ultrafarma, que passou a limitar o estoque de canetas injetáveis a três unidades por tipo e a contratar seguranças patrimoniais e agentes armados. A Sagrada Família, por exemplo, vem adotando horários alterados de transporte e investindo em veículos blindados e escolta armada, elevando seus custos logísticos.

Resposta das autoridades e atuação policial

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que as polícias Civil e Militar intensificam o combate aos roubos em farmácias, incluindo casos envolvendo medicamentos de alto custo. Nos últimos anos, várias operações resultaram na prisão de suspeitos e na apreensão de diversos medicamentos roubados, como Ozempic, Wegovy e Victozam, avaliados em milhares de reais.

Na cidade de Sumaré, perto de Campinas, cinco homens foram presos em janeiro com caixas de Ozempic e Wegovy avaliadas em R$ 100 mil. Em outra ação, dois indivíduos foram detidos em Perdizes e Pompeia, na Zona Oeste de São Paulo, com produtos avaliados em R$ 50 mil. Além disso, em Sorocaba, três suspeitos foram considerados responsáveis pelo roubo de medicamentos que causaram prejuízos de R$ 183 mil.

Prejuízos e impacto no setor farmacêutico

Segundo estudos da Deloitte e Overhaul, o setor de medicamentos especializados sofreu um prejuízo estimado de R$ 283 milhões em 2024 em decorrência de roubos de cargas, que representam uma ameaça à cadeia de distribuição. Produtos controlados, como as canetas injetáveis, quando desviados, perdem sua efetividade fora da temperatura correta, colocando em risco a saúde dos pacientes.

Com o aumento das ações criminosas, distribuidoras têm alterado suas rotinas de transporte, aumentando os custos com reforço na segurança. A Prosegur, por exemplo, registrou maior procura por seus serviços de transporte de valores, que incluem caminhões refrigerados e blindados, com agentes armados e videomonitoramento interno.

Perspectivas e medidas futuras

Para tentar reduzir a escalada de roubos, a fabricante de Ozempic, Novo Nordisk, reforçou suas medidas de segurança na cadeia logística, responsabilizando os estabelecimentos comerciais pela preservação dos estoques após a entrega.

Especialistas do setor destacam a necessidade de ações contínuas, envolvendo reforço policial, investimentos em segurança privada e mudanças nos procedimentos de transporte, para minimizar prejuízos e garantir a segurança dos medicamentos essenciais. A Secretaria de Segurança de São Paulo garantiu que a vigilância será intensificada para combater essa onda de crimes.

Fonte: O Globo

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes