Brasil, 2 de junho de 2025
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Desigualdade no Brasil: distribuição de oportunidades influencia mobilidade social

Atlas da Mobilidade Social revela que local de nascimento e região impactam chances de ascensão no Brasil

O Brasil enfrenta desafios históricos de desigualdade, onde o local de nascimento e moradia pesam na possibilidade de melhorar de vida, aponta o Atlas da Mobilidade Social, que será lançado nesta semana. A pesquisa mostra que regiões menores, como a Região Sul, oferecem mais oportunidades para os mais pobres, enquanto grandes centros urbanos como Rio e São Paulo apresentam baixa mobilidade social.

Desigualdade regional e suas consequências

Segundo o pesquisador Diogo Brito, os dados revelam que os lugares que oferecem melhores chances para crianças pobres não são necessariamente as grandes cidades. “Há mais oportunidade na Região Sul, entre Rio Grande do Sul e Paraná, onde há bolsões de mobilidade”, afirmou Brito. A cidade de Joinville (SC), por exemplo, registra uma chance de 20,7% de chegar ao grupo dos 25% mais ricos, partindo dos 50% mais pobres. A média nacional, no entanto, é de metade disso, próxima a São Paulo.

Fatores que favorecem a mobilidade social

Para o pesquisador, a qualidade da educação é o fator mais determinante para uma alta mobilidade social. Além dela, o dinamismo econômico também desempenha papel importante. Em Sorriso (MT), uma cidade símbolo do agronegócio, 20% dos nascidos entre os mais pobres alcançam os 20% mais ricos. “A educação de qualidade e o desenvolvimento econômico sustentável são essenciais para promover mudanças reais na vida das pessoas”, explica Brito.

Impactos de raça, gênero e ambiente familiar

A desigualdade também se manifesta por raça e gênero. Larissa Rodrigues, de 30 anos, nasceu na Chatuba, no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, e destaca as dificuldades enfrentadas. Filha de pais sem ensino fundamental, ela contou que o foco da família era garantir a sobrevivência. Mesmo com recursos limitados, Larissa conquistou uma vaga na Uerj e bolsa na PUC-Rio, ilustrando que com esforço é possível vencer barreiras.

Larissa trabalhou desde cedo, atendendo no McDonald’s aos 16 anos, e, posteriormente, conseguiu um estágio que mudou sua situação financeira. Hoje, ela é coordenadora de Marketing e vive na Zona Sul, mas ainda convive com as disparidades de origem. “Moro na Zona Sul, mas minha família permanece na comunidade onde cresci”, afirma.

Desafios e perspectivas para a geração negra

A professora Rosália Lemos, do IFRJ, afirma que a maior acesso às universidades, com cotas e ações afirmativas, deve melhorar a situação dos negros na próxima década. “O quadro deve ser mais promissor, mesmo sem equiparar completamente às oportunidades dos brancos”, avalia. Ela acredita que o aumento do acesso ao ensino superior é fundamental para a ascensão social da população negra.

Reflexões sobre o futuro da mobilidade social no Brasil

Analistas destacam que a desigualdade de oportunidades, especialmente em grandes centros urbanos, ainda representa um obstáculo. O economista Paulo Tafner reforça que os jovens já percebem que terão mais dificuldades que seus pais. Segundo ele, o cenário exige políticas públicas eficazes voltadas à educação e inclusão social.

Para conferir o estudo completo, acesse o Atlas da Mobilidade Social e observe as chances de ascensão na sua cidade. Essa análise é fundamental para compreender os desafios e as possibilidades de um Brasil mais justo e com mais oportunidades para todos.

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