Os ataques perpetrados pelo Comando Vermelho a empresas de internet no Ceará, orquestrados por membros da facção que estão escondidos no Rio de Janeiro, têm gerado um impacto significativo em várias cidades do estado. As ofensivas criminais resultaram no fechamento de pelo menos duas empresas que operavam na Grande Fortaleza e afetaram a rotina da população local.
Operação contra o crime no Ceará
Uma operação realizada pela polícia, no último sábado (31), na Rocinha, visou capturar líderes do tráfico que fugiram para o Rio de Janeiro. A ação resultou em 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão. Forças de segurança apreenderam armas pesadas, munições e drogas, além de efetuar a prisão de um homem com mandado em aberto. Este esforço é parte de um movimento maior para desmantelar a organização criminosa que tem agido no estado.
A série de ataques
Os ataques contra provedores de internet ocorreram entre fevereiro e março, quando cidades como Fortaleza, Caucaia, São Gonçalo do Amarante e Caridade foram alvo de vandalismos. Os criminosos praticaram incêndios em veículos, destruição de equipamentos e invasão de empresas, tudo em represália à negativa dos empresários de atender às exigências da facção, que incluíam o pagamento de uma “taxa de proteção” de R$ 20 por cliente.
Impactos na população
O município de Caridade foi o mais afetado, onde aproximadamente 90% dos habitantes ficaram sem acesso à internet por semanas. Esse corte no serviço impossibilitou moradores de realizarem operações bancárias, efetuar pagamentos via sistemas como o Pix e inscrever-se em concursos públicos.
Com a violência avassaladora, muitas empresas provedoras de internet decidiram encerrar suas atividades. Um exemplo é a GPX Telecom, que comunicou o fechamento de suas portas após ser alvo de atos de vandalismo que destruiu em minutos uma estrutura construída ao longo de anos.
Reação do governo e prisões
Em resposta aos contínuos ataques, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, anunciou a criação de um grupo especial com a missão de investigar os atos de violência contra provedores de internet. Desde o início do ano, mais de 50 pessoas foram detidas, e entre as prisões estão membros da facção que atuavam tanto nos ataques quanto em outros crimes relacionados, como tráfico de drogas e homicídios.
A Operação Strike, que já se desdobrou em várias fases, culminou na prisão de indivíduos envolvidos nos ataques a provedores. Em suma, os dados apontam uma crescente mobilização das forças de segurança para lidar com a situação, embora a violência ainda cause úlceras profundas na comunidade.
Cronologia dos ataques
A seguir, uma linha do tempo com os principais ataques e ações policiais:
- 28 de fevereiro: Criminosos invadem empresa no Pecém e causam vandalismo.
- 7 de março: Ataques a fiações deixam a cidade de Caridade sem internet.
- 8 de março: O governador anuncia criação de grupo especial para investigar ataques.
- 10 de março: Empresas em Caucaia são alvo de tiros e vandalismos.
- 25 de março: Prisões de um guarda municipal e comparsas por envolvimento nos crimes.
- 15 de abril: Captura do dono de uma empresa clandestina de internet.
O que vem pela frente
A onda de violência desencadeada pelo Comando Vermelho traz à tona discussões sobre a segurança pública e a necessidade de ações que previnam a replicação desse tipo de crime. Com mais de 50 prisões efetuadas e a continuidade das investigações, espera-se que a legislação e as medidas de segurança consigam neutralizar as operações da facção, devolvendo à população não só o acesso à internet, mas a sensação de segurança e tranquilidade necessária para a vida cotidiana.
Com o cenário atual, é essencial que os órgãos de segurança continuem a trabalhar em conjunto para restabelecer a ordem e garantir que a violência não prevaleça.