Aos 70 anos, a bailarina e professora Teresa Cintra exemplifica que é possível manter um estilo de vida ativo e saudável, mesmo após tantas décadas de carreira. Natural da Bahia, Teresa iniciou sua trajetória no balé aos 16 anos, no prestigiado Royal Ballet School, em Londres. Além de ministrar aulas em Salvador, ela aproveita os fins de semana para surfar e se reconectar com a natureza. Sua jornada é uma inspiração para aqueles que acreditam que nunca é tarde para descobrir novas paixões e manter-se em forma.
A trajetória de uma bailarina
Teresa ingressou no mundo da dança ainda criança, incentivada pelos pais, que a matricularam em aulas de balé aos 6 anos. “Quando tinha 16, experimentei a emoção de ser descoberta. Dois profissionais do Royal Ballet, que estavam em Salvador para um evento, perceberam meu potencial”, lembra. Sua ascensão ao balé profissional não foi fácil; ela passou por desafios, como a adaptação à nova língua e às exigências da companhia, que a alertou sobre sua saúde e peso.
“Fiquei um tempo acima do peso e recebi uma carta da companhia. Era uma chamada de atenção para o meu físico”, relata. Apesar dos desafios, Teresa perseverou e, após cinco anos no Reino Unido, decidiu retornar ao Brasil, onde continuou sua carreira de professora.
O impacto da dança na vida de Teresa
Com um extenso legado ao longo de sua carreira, Teresa agora ensina balé para pessoas de todas as idades, incluindo adultos e até idosos. Ela acredita que existe um grande preconceito em relação ao aprendizado do balé na vida adulta. “Adoro trabalhar com adultos. Não existe idade para começar. A dança é uma linguagem fácil de aprender e com a técnica certa, todos conseguem evoluir”, enfatiza Teresa.
Uma família envolvida na dança
Teresa é mãe de três filhos e avó de três netos, onde apenas uma de suas filhas decidiu seguir seus passos na dança. Ela conta que, por mais que tenha se casado e fundado uma família, a dança sempre permaneceu como uma parte fundamental de sua vida. “Lidar com os desafios da vida familiar e ainda assim manter o foco na dança é algo que sempre busquei”, diz com orgulho.
Conectando dança e surfe
Surpreendentemente, o amor de Teresa pelo mar também é um aspecto crucial de sua vida. Incentivada pelos netos, ela retoma a prática do surfe nas praias de Salvador. “Surfar sempre foi uma paixão. Eu adorava o mar, mas precisei parar quando estava em Londres, por causa das restrições da companhia de balé”, diz. Para ela, a conexão entre surfe e balé é clara. “Ambos os esportes requerem equilíbrio e coordenação”, explica.
Teresa incentiva todos a se manterem ativos. “Fazer exercícios diariamente é crucial, mesmo que seja uma caminhada. Além disso, o balé é um exercício completo e excelente para o corpo”, recomenda.
Um legado de saúde e bem-estar
Além de sua influência como professora, Teresa também foi a abre-alas da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel durante o carnaval de 2020, uma realização que sempre foi um sonho dela. “Eu esperava por isso desde criança, mas os compromissos de vida sempre eram um entrave. Antes tarde do que nunca!”, celebra.
Hoje, Teresa não é apenas uma professora de balé, mas um verdadeiro símbolo de que o envelhecimento pode ser feito com saúde e alegria. Seus ensinamentos e sua própria vida são a prova de que é possível seguir apaixonado pela vida, inspirando nova geração de bailarinos e surfistas a fazer o mesmo.
Para encerrar, Teresa afirma: “Nunca é tarde para viver novas experiências e aprender algo novo”. Essa filosofia de vida se reflete em seu compromisso não apenas com a dança, mas também com a prática do surfe e o incentivo a uma vida ativa e saudável para todos. Uma lição a ser seguida por todas as idades.
As histórias de pessoas como Teresa Cintra são um lembrete valioso de que o amor pelo que fazemos não tem limites e que a promoção da saúde física e emocional pode ser realizada de forma leve e divertida.
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