Brasil, 1 de junho de 2025
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Preocupação com corrupção avança após crise do INSS, revela pesquisa Ipsos

A pesquisa “What worries the world” mostra crescimento do medo da corrupção entre os brasileiros.

Um novo levantamento do instituto Ipsos revela que a preocupação da população brasileira com a corrupção financeira aumentou significativamente em maio, chegando a 37%, o que supera a média global de 26%. Este aumento de nove pontos percentuais em apenas um mês é atribuído, segundo Marcos Calliari, CEO da Ipsos, às graves denúncias de fraude no INSS, que geraram indignação e alarmaram a opinião pública.

Cenário atual da corrupção no Brasil

Segundo Calliari, a situação reflete um longo período em que a preocupação com a corrupção se mantinha em patamares razoavelmente estáveis. “A fraude do INSS escancara desvios públicos com grande atenção”, comentou o diretor. Essa nova realidade traz à tona um sentimento de insatisfação crescente na população, já que 63% dos brasileiros acreditam que o país está no caminho errado, um número que se mantém inalterado em relação ao mês anterior.

Outras preocupações da população

Embora a corrupção esteja na mente de muitos, a preocupação com a criminalidade ainda lidera as menções, com 41% dos entrevistados apontando essa questão como a mais preocupante. Contudo, esse número representa uma queda de cinco pontos percentuais em comparação ao mês anterior. A pesquisa indica que a percepção de violência urbana tem se agravado, ampliando o medo da população, especialmente em grandes centros urbanos.

Além disso, a saúde aparece como a terceira preocupação na lista, citada por 36% dos brasileiros. Esse dado reflete o aumento de doenças respiratórias durante a chegada do inverno, que tem sobrecarregado serviços de saúde em várias regiões do país. As questões relacionadas à inflação e à desigualdade social também foram mencionadas, com 33% das pessoas expressando seus temores, embora essas preocupações tenham apresentado leve queda em relação ao mês anterior.

Comparação com dados globais

A pesquisa “What worries the world” foi realizada entre 25 de abril e 9 de maio e envolveu cerca de 24.737 pessoas de 29 países, incluindo cerca de mil brasileiros com idades entre 16 e 74 anos. Embora os resultados forneçam uma visão importante sobre as percepções brasileiras, o Ipsos ressalta que a amostra não representa a totalidade da população, focando em indivíduos mais conectados e com maior poder aquisitivo e nível educacional.

Comparando os dados brasileiros com outras regiões do mundo, é possível perceber padrões semelhantes em países como Argentina, onde a preocupação com a desigualdade atingiu um nível recorde devido a medidas de ajuste fiscal. Na França, as preocupações com criminalidade também aumentaram, refletindo episódios de violência urbana que têm gerado apreensão entre os cidadãos. Já nos Estados Unidos, as inquietações relacionadas a impostos e imigração têm se intensificado, sendo a inflação a preocupação mais mencionada entre os americanos.

Impactos na política e na opinião pública

Essas inquietações revelam a fragilidade de um cenário político em que a confiança da população nas instituições e nas lideranças é testada constantemente. A reprovação das ações do governo atual também é um reflexo desse descontentamento, com 52,1% da população avaliando o governo de Lula como “ruim ou péssimo”, segundo pesquisa do Atlas.

Enquanto isso, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, ressalta que “a fronteira do Direito e da política é mais difícil de traçar no Brasil do que em outros países”. Essa afirmação ecoa o sentimento de muitos brasileiros que se sentem inseguros em relação ao futuro do país e descontentes com a corrupção e a impunidade.

Conclusão

A crescente preocupação com a corrupção financeira no Brasil, amplamente exacerbada pelas recentes revelações de fraudes no INSS, reflete uma realidade alarmante que não deve ser ignorada. À medida que a insatisfação da população cresce, os desafios enfrentados pelo governo e pelas instituições se tornam mais evidentes. O monitoramento contínuo dessas percepções é essencial para fornecer uma resposta eficaz às demandas da sociedade e restaurar a confiança nas estruturas que governam o país.

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