No final do mês de maio de 2025, a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) manifestou sua indignação em relação a um alerta de segurança emitido pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. O comunicado americano sugere que os cidadãos norte-americanos evitem visitar locais como Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá, citando um aumento nas taxas de crime, incluindo sequestros. A resposta da Embratur ressalta que a imagem do Brasil retratada no aviso é distorcida e ultrapassada.
Alerta de segurança e suas implicações
A Embaixada dos EUA publicou o alerta em seu site oficial, detalhando a necessidade de cautela ao viajar para o Brasil devido ao aumento percebido de crimes violentos, como sequestros. Segundo o comunicado, o governo norte-americano atualiza regularmente suas recomendações de segurança com base em relatórios e dados de riscos no país anfitrião.
No entanto, Marcelo Freixo, presidente da Embratur, desaprovou a medida, afirmando que o alerta não considera que, apenas nos quatro primeiros meses de 2025, o Brasil recebeu 4,4 milhões de visitantes internacionais, representando um aumento de 51% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Para Freixo, a hospitalidade do Brasil é reconhecida mundialmente e um alerta desse tipo pode prejudicar ainda mais o turismo, uma das indústrias vitais para a economia brasileira.
A posição do governo brasileiro
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também se posicionou contra o alerta, classificando-o como “sem embasamento”. Ele ressaltou que frequenta as áreas mencionadas regularmente e não vê evidências do aumento de sequestros, afirmando que os sequestros relâmpago, embora já tenham sido um problema, praticamente desapareceram. Rocha acredita que o comunicado americano pode causar um efeito negativo na percepção do Brasil como destino turístico seguro.
Expectativas do turismo brasileiro
A Embratur reforçou que, em 2024, o Brasil registrou um dos menores índices de violência dos últimos 11 anos, o que contradiz a narrativa apresentada pela embaixada. A agência enfatizou que os Estados Unidos são, atualmente, o segundo maior emissor de turistas para o Brasil, evidenciando a importância de manter uma imagem saudável e atrativa do país no exterior.
Recomendações da embaixada e suas consequências
O alerta da embaixada americana inclui diversas recomendações para os cidadãos que pretendem viajar ao Brasil, como evitar favelas, não exibir objetos de valor, e adotar um plano de comunicação com a família. Essas orientações têm um papel significativo, pois podem gerar um ambiente de medo e desconfiança nos turistas, prejudicando o fluxo de visitantes e sua percepção sobre a segurança no Brasil.
Impacto nos laços diplomáticos
Esse episódio levanta questões sobre as relações diplomáticas entre os Estados Unidos e o Brasil, especialmente no campo do turismo. A forma como os riscos de segurança são comunicados pode impactar diretamente as relações comerciais e culturais entre os dois países. Freixo rebateu as informações fornecidas pela embaixada, insistindo que recomendações desse tipo mais refletem desinformação do que práticas legítimas de proteção aos cidadãos americanos.
O futuro do turismo no Brasil
A discussão sobre essa situação não se limita às questões de segurança, mas também à imagem que o Brasil deseja projetar internacionalmente. Para Freixo, o fortalecimento da imagem do país como um destino seguro e acolhedor é fundamental. À medida que a economia brasileira continua a se recuperar da pandemia, a manutenção da confiança dos turistas estrangeiros torna-se um fator crucial para o crescimento do setor.
Embora o alerta da embaixada americana tenha gerado controvérsia, ele também pode ser visto como um chamado para que o Brasil se concentre em reforçar suas iniciativas de segurança e continuar a melhorar a percepção global em relação ao turismo. O governo e agências como a Embratur trabalharão para promover um ambiente mais seguro e acolhedor não apenas para turistas americanos, mas para visitantes de todas as nacionalidades.
O diálogo aberto entre países e a comunicação clara sobre a realidade da segurança podem ajudar a construir uma compreensão mútua mais forte, garantindo que todos os visitantes experimentem a verdadeira hospitalidade brasileira.