A Organização Internacional de Polícia Criminal, mais conhecida como Interpol, divulga uma lista de indivíduos procurados mundialmente, e atualmente, 71 brasileiros constam na chamada Difusão Vermelha. Isso significa que esses indivíduos são alvos de busca global por estarem envolvidos em crimes que transcendem fronteiras. Das pessoas listadas, destaca-se o fato de que 23 são foragidos por delitos cometidos em outros países.
Quem são os brasileiros procurados?
Um dos casos mais notáveis é o de Carlos Ghosn Bichara, ex-presidente da Renault e da Nissan. O empresário de 70 anos foi preso no Japão em 2018, acusado de diversos crimes financeiros, incluindo omissão de ganhos e utilização indevida de ativos de suas empresas. Após 100 dias de detenção, Ghosn foi libertado sob fiança, mas fugiu clandestinamente para o Líbano em 2019, onde permanece foragido.
Principais Crimes e Números
De acordo com dados da Interpol, dos 71 brasileiros procurados, a maioria (65) são homens, e 6 são mulheres. Os crimes mais comuns entre esses indivíduos incluem:
- Assassinato: 23 casos
- Tráfico de drogas: 15 casos
- Abuso sexual e estupro: 11 casos
- Pelo menos 18 registros estão ligados a organizações criminosas.
Esses números revelam um quadro alarmante da criminalidade que envolve cidadãos brasileiros, afetando não apenas o Brasil, mas também outros países ao redor do mundo. Entre os estados que buscam a localização desses foragidos, destaca-se a Argentina, que tem 7 desafios, seguida pelo Paraguai com 6, e Estados Unidos e Japão, cada um com 3 procurados.
Outros procurados na lista
No contexto internacional, é importante ressaltar que a lista vermelha da Interpol não equivale a um mandado de prisão internacional, mas funciona como um alerta para que os países membros cooperem na captura de criminosos. As nações serão responsáveis por decidir, em conformidade com suas leis, se procederão com a detenção.
Um exemplo da aplicação deste alerta ocorreu recentemente com um cidadão uruguaio procurado pela Interpol por homicídios, que foi preso em Florianópolis (SC) enquanto se escondia sob uma identidade falsa.
A “viúva negra” e outros casos intrigantes
Na ala feminina da lista, encontramos Heloísa Gonçalves Duque Soares Ribeiro, conhecida como a “Viúva Negra”. Há mais de três décadas foragida, Heloísa é acusada de assassinar seus ex-companheiros para obter heranças. Até hoje, as suas histórias se entrelaçam com crime e fraudes, refletindo a complexidade da criminalidade que envolve brasileiros em níveis internacionais.
O impacto na segurança pública
A Difusão Vermelha serve para que a Interpol possa auxiliar países na identificação e captura de indivíduos que possam representar um risco à segurança pública. Os avisos são frequentemente restritos ao uso pelas forças de segurança, e são emitidos quando a ajuda do público torna-se imprescindível para a localização de um foragido. Esta ferramenta é crucial para prevenir futuros crimes e assegurar que aqueles que tiverem um histórico de atividades ilícitas respondam pelas suas ações.
Constata-se que os crimes cometidos por brasileiros fora do país afetam não apenas as vítimas diretas, mas também toda a sociedade, reforçando a necessidade de um trabalho conjunto entre diferentes nações para a erradicação da criminalidade internacional.
Com uma lista crescente de brasileiros procurados, é evidente que a interconexão entre o crime e as fronteiras destaca a importância do fortalecimento das leis internacionais e do combate à criminalidade opressora.
Por fim, a busca por justiça e a restituição da ordem pública dependerão, em grande parte, da cooperação contínua entre os países e da eficácia das medidas de segurança implementadas para enfrentar esta realidade alarmante.