O Brasil conquistou um marco histórico ao ser reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como país livre de febre aftosa sem vacinação. Esse status, inédito para uma nação tropical com um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, abre portas para mercados internacionais mais exigentes e reforça a posição brasileira como líder global na exportação de carne bovina.
Reconhecimento Internacional e Impacto Econômico
Em 29 de maio de 2025, durante a 92ª Assembleia Geral da OMSA em Paris, o Brasil recebeu oficialmente o certificado de país livre de febre aftosa sem vacinação. A cerimônia contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da diretora-geral da OMSA, Emmanuelle Soubeyran. O reconhecimento é resultado de décadas de esforços em vigilância sanitária e campanhas de vacinação que permitiram a erradicação da doença sem a necessidade de sacrifício de animais.
Com esse novo status, o Brasil fortalece sua posição no mercado internacional de carne bovina. Em 2024, o país exportou aproximadamente US$ 13,1 bilhões em carne bovina, com destaque para a China, que importou cerca de US$ 6 bilhões, seguida pelos Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos.

Novas Oportunidades de Mercado
A certificação como país livre de febre aftosa sem vacinação elimina uma barreira técnica significativa, permitindo ao Brasil negociar com mercados anteriormente inacessíveis devido a exigências sanitárias rigorosas. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) destaca o Japão como um dos principais alvos, com expectativas de abertura ainda em 2025. Além disso, Filipinas e Indonésia já manifestaram interesse em importar miúdos bovinos brasileiros, ampliando o alcance do produto nacional.

Desafios e Compromissos Futuros
Embora o reconhecimento represente uma conquista significativa, ele também impõe novos desafios. A manutenção do status exige vigilância contínua e rigorosos controles sanitários em todo o território nacional. A Abiec enfatiza que todos os atores da cadeia produtiva devem colaborar para garantir a sanidade do rebanho e a confiança dos mercados internacionais.
