Os números de roubos e furtos de alianças e anéis em São Paulo não param de crescer. Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), houve um aumento de 68% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado. Essa alarmante estatística é acompanhada por relatos de violência, incluindo agressões e até mortes em assaltos que visavam essas joias, tradicionalmente símbolos de amor e compromisso.
Estatísticas em ascensão
Durante os três primeiros meses de 2025, foram registrados 1.981 casos de roubo e furto de alianças e anéis, um crescimento significativo em relação aos 1.175 casos do mesmo período em 2024. Isso equivale a aproximadamente 22 anéis levados por dia, ou um a cada pouco mais de uma hora. A situação é ainda mais grave na cidade de São Paulo, que concentra 56% das ocorrências, além de liderar o ranking de municípios com mais registros deste tipo de crime.
Entre os dez municípios com mais casos, sete estão na Região Metropolitana de São Paulo, com destaque para Santo André, Osasco, Taboão da Serra e Guarulhos. A maioria dos incidentes ocorre em vias públicas, representando 1.779 ocorrências, seguidas de residências e estacionamentos. O levantamento da SSP aponta que nove em cada dez roubos acontecem na rua, o que mostra a ousadia dos criminosos.
Casos de violência alarming
Entre os casos recentes, destaca-se o de Bruno de Jesus Pascoal Megia, um homem de 28 anos, que foi baleado durante um assalto no Ipiranga, Zona Sul de São Paulo. Ele caminhava de mãos dadas com seu namorado quando foi abordado por dois assaltantes em uma motocicleta. Eles exigiram a aliança que Bruno usava, e ao perceber a reação da vítima, um dos criminosos disparou, atingindo-o no peito. Bruno foi socorrido e, felizmente, não corre risco de morte, mas continua internado após cirurgia.
Infelizmente, esse não é um episódio isolado. Em fevereiro, uma médica teve seu dedo mordido por um ladrão ao tentar roubar sua aliança, e em março, um agente da CET foi baleado e morto durante uma tentativa de roubo. Casos como esses demonstram que o alvo preferencial dos criminosos tem sido a aliança, um símbolo intemporal de afeto e compromisso, que, em meio à atual crise econômica e ao aumento dos preços do ouro — que chegou a US$ 3.500 a onça —, tornou-se ainda mais atraente para os assaltantes.
A reação das autoridades
Em resposta a essa crescente onda de crimes, a SSP informou que a Polícia Civil está conduzindo investigações para desmantelar as redes criminosas envolvidas nos roubos e furtos de joias. ações de inteligência estão sendo realizadas para identificar os responsáveis por esses crimes e os pontos de venda dos itens roubados. Para isso, a polícia também intensificou o patrulhamento nas áreas mais vulneráveis e se esforça para devolver os itens recuperados aos legítimos proprietários.
Atualmente, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) possui 12 joias apreendidas durante a Operação Ouro Reverso, à espera de reconhecimento por parte das vítimas. Esse processo é crucial para que a polícia possa comprovar a origem ilícita dos objetos e avançar nas investigações, buscando minimizar os impactos desse tipo de crime na sociedade.
Pontos de destaque nas investigações
Nos últimos três anos, a 4ª Delegacia de Investigação de Crimes contra o Patrimônio do Deic tem sido fundamental no combate a esses crimes. Com 400 indiciados, das quais 160 foram presos em flagrante, a equipe se esforça também para cumprir mandados de busca e identificar receptadores, buscando cercear as operações criminosas que visam bens de valor.
Como os dados indicam, a manhã é o período mais crítico, com 680 ocorrências, seguidas pelas tardes e noites. Com o aumento do valor de peças de ouro e joias de alta qualidade, é vital que a população se mantenha atenta e siga as recomendações de segurança, evitando exibir objetos de valor em locais públicos e optando por trajetos mais seguros.
Com a intensificação das investigações e o esforço de segurança pública, espera-se que a situação mude e que esses crimes, que aterrorizam moradores da Grande São Paulo, diminuam. Para os habitantes da capital e regiões vizinhas, a esperança é de que ações concretas e eficazes resultem em mais segurança nas ruas e a devolução das alianças e anéis a seus legítimos proprietários.
As autoridades estão em alerta, e a população também deve estar. O aumento desses crimes não afeta apenas os números, mas a vida de inúmeras pessoas e suas histórias, que têm em suas alianças mais do que um valor material: um significado profundo e emocional.