O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (30) que irá aumentar as tarifas sobre o aço importado de 25% para 50%. A medida, que entra em vigor na próxima semana, visa proteger os empregos da indústria siderúrgica americana, durante uma visita à fábrica da US Steel em Pittsburgh.
Tarifa mais alta busca fortalecer setor siderúrgico dos EUA
Trump afirmou que o aumento das tarifas ajudará a impedir a perda de controle sobre a indústria de aço no país. Segundo ele, “com a tarifa em 25%, eles conseguem meio que pular a cerca, mas com 50%, eles não conseguem mais”. A decisão acompanha a expectativa de um acordo entre a US Steel e a Nippon Steel, japonesa, que pode garantir a preservação de empregos e investimentos nos EUA.
De acordo com a Casa Branca, a nova tarifa visa fortalecer a competitividade das operações americanas da joint venture entre as duas companhias. Trump destacou ainda que os trabalhadores da US Steel receberão um bônus de US$ 5 mil em breve e que serão destinados US$ 2,2 bilhões a investimentos na planta de Mon Valley, onde discursou.
Reações e expectativas sobre o acordo com Nippon Steel
O anúncio de Trump marca uma mudança na postura em relação à aquisição da US Steel pela Nippon Steel, que ele criticou durante a campanha presidencial. Apesar disso, o presidente afirmou que o acordo favorecerá os trabalhadores americanos e que a sede da US Steel continuará em Pittsburgh.
Para garantir que a operação permaneça sob controle dos EUA, o governo buscará manter certos poderes sobre a gestão da empresa, incluindo a nomeação de um conselho majoritariamente americano e a possibilidade de veto do governo a decisões estratégicas, como revelou o senador David McCormick, da Pensilvânia.
Controvérsias e resistência
Apesar dos benefícios anunciados, o sindicato United Steelworkers expressou preocupações de que o acordo possa levar à redução de capacidade produtiva e ao fechamento de unidades, principalmente se a propriedade japonesa realizar cortes de empregos ou transferências de produção.
O acordo ainda está sob revisão do Comitê de Investimento Estrangeiro nos EUA (CFIUS), que avalia as implicações de aquisições estrangeiras por questões de segurança nacional. As negociações continuam, incluindo a definição de poderes de veto do governo na gestão da nova joint venture.
Repercussões e impacto econômico
As ações de siderúrgicas americanas, como Nucor, Cleveland-Cliffs e Steel Dynamics, subiram após o anúncio. Analistas avaliam que a elevação das tarifas deve justificar uma retomada do otimismo no setor, com previsão de novos investimentos e geração de empregos.
“Tem muito dinheiro vindo na direção de vocês”, afirmou Trump, em referência ao aumento de investimentos previstos nas usinas, minas e novas instalações em Indiana, Minnesota, Alabama e Arkansas. O presidente também declarou que os Estados Unidos garantirão a produção de aço no país pelos próximos 10 anos.
Próximos passos e andamento do processo
Embora o anúncio represente uma vitória para o setor siderúrgico nacional, as negociações ainda dependem de análises finais no CFIUS e de eventuais acordos de mitigação que detalharão os poderes do governo sobre a nova companhia. O acordo, que passou por vários reveses políticos, ainda não está completamente fechado.
O especialista em comércio internacional, professor Ricardo Ferreira, comenta que “a decisão reforça a postura protecionista do governo americano, buscando assegurar o controle sobre setores estratégicos”.
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