Nesta sexta-feira (30), Donald Trump usou sua rede Truth Social para acusar a China de violar um recente acordo tarifário firmado com os Estados Unidos, aumentando a insegurança no comércio internacional. A declaração ocorre após o secretário do Tesouro, Scott Bessent, reconhecer que as negociações entre os dois países esfriaram e estão em estagnação.
Desentendimentos e acusações de Trump
Na publicação, Trump ironizou as tratativas comerciais, apontando uma suposta traição do governo chinês após os dois países concordarem, duas semanas antes, em suspender temporariamente tarifas por 90 dias. O objetivo do acordo era facilitar um entendimento mais amplo na questão tarifária. No entanto, a retórica acalorada do ex-presidente e as críticas à China sugerem que a trégua está perto do fim, reacendendo riscos de conflitantes tensões no comércio global.
Estado atual das negociações
Segundo Bessent, as conversas ainda não foram totalmente interrompidas, embora tenha admitido que “o progresso parou”. Jamieson Greer, representante do comércio dos EUA, evitou comentar sobre a possível retomada de tarifas, que chegaram a atingir 145%. As tensões comerciais elevadas tiveram início com a imposição de tarifas por Trump, respondida pela China com medidas similares, criando uma escalada que agora enfrenta dificuldades para avançar.
Contexto legal e ações judiciais
Suspensão judicial das tarifas
Na quarta-feira (28), uma decisão judicial suspendeu temporariamente a aplicação de tarifas impostas recentemente pelo governo Trump, alegando excesso de autoridade na utilização da Lei de Poderes Econômicos de Emergência de 1977. O tribunal entendeu que a medida excedeu os limites legais, embora tarifas sobre automóveis, aço e alumínio permaneçam em vigor, baseadas na Seção 232 da Lei de Expansão Comercial.
Resposta da Casa Branca e perspectivas
A Casa Branca criticou a decisão, classificando os juízes como “ativistas judiciais”, e afirmou que continuará defendendo sua política tarifária. Uma vitória provisória foi obtida com o restabelecimento temporário das tarifas suspendidas, enquanto os tribunais analisam a questão. Se a decisão final não for favorável ao governo, a disputa poderá chegar à Suprema Corte, com o governo já sinalizando que recorrerá caso necessário.
Impacto econômico e perspectivas futuras
As ações judiciais e o impasse legal geram incerteza prolongada para a economia americana. Muitas empresas, como uma importadora de vinhos, já relatam prejuízos e risco de falência devido às tarifas. Especialistas como Cristina Helena de Mello alertam que a insegurança criada pelo ambiente protecionista pode persistir mesmo em uma eventual mudança de presidência, refletindo uma maior fragilidade na estratégia econômica dos EUA.
Os efeitos práticos das tensões também se fazem sentir na rotina, com desabastecimento de peças essenciais para o verão, reforçando o apelo interno ao protecionismo e expondo as vulnerabilidades da postura de Trump no cenário comercial global.
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