O Ministério de Portos e Aeroportos informou que os recursos de R$ 4 bilhões destinados às companhias aéreas, inicialmente previstos para serem liberados em agosto de 2024, sofreram atraso de um ano, devendo sair somente em setembro de 2025. A demora é atribuída às dificuldades na regulamentação do acesso aos recursos pelo governo.
Crise da Azul e o impacto do atraso
A Azul Linhas Aéreas destacou que a demora na liberação do financiamento foi um dos fatores que contribuíram para a sua crise atual. A companhia entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos nesta semana, na tentativa de eliminar US$ 2 bilhões em dívidas. Segundo a Azul, o atraso no providers de recursos agravou sua situação financeira, dificultando a sustentabilidade das operações.
Planos e condições do auxílio financeiro
Segundo informações do Ministério, o socorro às aéreas é uma iniciativa inédita do Governo Federal, que visa oferecer crédito em condições mais favoráveis, com juros mais baixos e pagamento em reais, procurando mitigar o risco cambial e ajudar a reestruturar o setor. O valor máximo de empréstimo para empresas com maior participação no mercado doméstico será de R$ 1,2 bilhão, enquanto para as demais o limite é de R$ 200 milhões.
Regras e critérios de acesso aos recursos
Em abril, o governo criou um Comitê Gestor, formado por representantes do Ministério de Portos e Aeroportos, Fazenda e Casa Civil, responsável pela gestão dos recursos. A regulamentação final do acesso ao crédito está em andamento, e o órgão esclarece que trabalha para finalizar as regras que irão garantir transparência e sustentabilidade às operações.
Repercussões no setor e perspectivas futuras
A redução da frota da Azul, que planejava diminuir sua quantidade de aeronaves em 35% após sua recuperação judicial, levanta dúvidas sobre a retomada do crescimento do setor. Além disso, a companhia busca retomar captações de recursos para financiar sua reestruturação, após tentativas frustradas de aumentar o capital por meio de ofertas públicas.
Especialistas avaliam que o atraso na liberação dos recursos pode impactar a recuperação do setor aéreo brasileiro, que ainda enfrenta dificuldades desde o início da pandemia de Covid-19. Segundo o ministro Sílvio Costa Filho, a crise causada pela pandemia e problemas externos, como o aumento do dólar e as enchentes no Rio Grande do Sul, agravaram o cenário.
Para mais detalhes sobre o plano de recuperação da Azul, acesse a avaliação de analistas sobre a redução da frota.
Até o momento, o governo não estabeleceu uma nova data definitiva para o desembolso dos recursos, mas garante que o processo está em fase de finalização. O atraso deve impactar a recuperação do setor e a retomada do crescimento no meio aéreo brasileiro.
Fonte: GLOBO Economia
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