Brasil, 31 de maio de 2025
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PIB do Brasil cresce 1,4% no primeiro trimestre de 2025

A economia brasileira apresentou avanço de 1,4% no primeiro trimestre, impulsionada pelo forte desempenho do setor agropecuário, mas especialistas preveem desaceleração nos próximos meses.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou nesta sexta-feira (30/5) que o produto interno bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior. O resultado ficou abaixo das expectativas de analistas (1,5%) e refletiu o impacto positivo da safra recorde de grãos, especialmente soja e milho.

Impulso do setor agropecuário e desempenho dos outros setores

A forte alta de 12,2% na agropecuária foi responsável por garantir o bom desempenho econômico, graças a uma safra recorde de grãos. Enquanto isso, os serviços cresceram 0,3%, e a indústria registrou uma leve retração de 0,1%, sempre em comparação ao trimestre anterior.

Na demanda, os investimentos tiveram alta de 3,1%, impulsionados por uma importação de plataforma de petróleo da China, enquanto o consumo das famílias cresceu 1%, refletindo o bom mercado de trabalho e aumento da massa de renda.

Perspectivas para os próximos trimestres

Especialistas afirmam que a economia deverá desacelerar gradualmente. Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos, destaca que a sazonalidade ajuda a explicar essa tendência, já que quase dois terços da safra de soja são contabilizados entre janeiro e março, com uma expectativa de aumento de 15% na safra.

Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay, reforça que a base de comparação forte pode dificultar um crescimento mais expressivo nos próximos meses e que os efeitos de juros elevados pelo Banco Central devem se intensificar na segunda metade do ano.

Riscos e fatores internos

Entre os riscos internos, destaca-se a possibilidade de recrudescimento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que poderia desacelerar a economia mundial e afetar o preço das commodities. No cenário doméstico, a gripe aviária pode impactar a inflação e a balança comercial, mas provavelmente sem impacto significativo no PIB.

Além disso, o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pode encarecer o crédito para empresas, embora, com as altas taxas de juros, esse efeito seja limitado. Segundo analistas, essa combinação de fatores deve levar a uma desaceleração gradual do crescimento, sustentada por um mercado de trabalho aquecido e pelos gastos do governo, que tendem a aumentar com as eleições de 2026.

Dados do mercado de trabalho indicam resiliência

Dados recentes mostram forte criação de empregos e queda na taxa de desemprego, reforçando a expectativa de uma desaceleração controlada. Em abril, foram criados 257 mil empregos formais, bem acima da previsão de 170 mil, e a taxa de desemprego ficou em 6,6%, menor do que o esperado, marcando o menor nível para o mês na série do IBGE.

Para Rodolfo Margato, esses números mostram uma atividade econômica resiliente e uma demanda ainda aquecida no mercado de trabalho. Os estímulos fiscais, como o aumento do salário mínimo, liberação de saldos do FGTS e pagamento de precatórios, também ajudam a sustentar essa demanda.

Entretanto, a inflação resistente e o cenário de juros altos continuam pressionando a percepção dos brasileiros sobre a economia, mesmo com indicadores positivos de emprego e renda.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa no G1.

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