Mais da metade dos brasileiros considera o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ruim ou péssimo, segundo a pesquisa Latam Pulse divulgada nesta sexta-feira (30). O levantamento, realizado pela AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, mostra que 52,1% dos entrevistados avaliam negativamente a gestão, enquanto 41,9% a consideram ótima ou boa e 6% a classificam como regular.
Aprovação e desaprovação do governo Lula
O índice de aprovação geral também é desfavorável ao Palácio do Planalto: 53,7% desaprovam a atual administração, ante 45,5% que a aprovam. Apenas 0,7% dos entrevistados se declararam indecisos. Este cenário de descontentamento é ainda mais evidente entre os evangélicos, com 72% afirmando desaprovar o governo. Além disso, comparações com a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelam que Lula tem desempenho pior em 11 áreas distintas, todas com diferença superior à margem de erro de 1 ponto percentual.
Desempenho comparativo com Bolsonaro
Os dados coletados indicam que Lula está 21 pontos atrás de Bolsonaro no controle de gastos públicos, 16 pontos a menos em relação à percepção sobre impostos e carga tributária, e também 16 pontos atrás na segurança pública. Esses números contrastam com uma avaliação global negativa da administração atual, destacando assim a insatisfação em várias frentes de gestão pública.
Medidas do governo e a percepção popular
Apesar dos números desfavoráveis, algumas iniciativas do governo foram bem avaliadas. Por exemplo, 86% dos entrevistados consideram a gratuidade de medicamentos no programa Farmácia Popular um grande acerto do governo Lula. Por outro lado, a decisão de taxar compras de até US$ 50 em sites internacionais gerou descontentamento significativo, com 64% da população considerá-la um erro. Essa dualidade nas avaliações mostra que, embora haja críticas ao governo, algumas medidas são vistas como positivas por boa parte da população.
Imagem pessoal do presidente
Em relação à imagem pessoal do presidente, 54% dos entrevistados têm uma percepção negativa, enquanto 45% o veem de forma positiva. Esse equilíbrio sugere que, ainda que a gestão esteja enfrentando críticas severas, a imagem de Luiz Inácio Lula da Silva não é inteiramente desastrosa, o que pode influenciar seu suporte em futuras eleições.
Desempenho de outros políticos
Outras figuras políticas também apresentam desempenhos similares ou até melhores quando comparadas a Lula. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) tem uma imagem dividida, com 49% positiva e 49% negativa. Jair Bolsonaro, por sua vez, registra 46% de imagem positiva e 52% negativa, números que mostram um cenário semelhante ao de Lula. Essa distribuição pode indicar uma instabilidade na confiança dos eleitores em figuras políticas, bem como a necessidade urgente de que os líderes apresentem soluções eficazes para as demandas da população.
Perspectivas eleitorais e futuras disputas
O levantamento também abordou cenários eleitorais futuros. Na hipotética eleição de 2022, 46,7% dos entrevistados afirmaram que votariam em Bolsonaro, enquanto 43,9% votariam em Lula, indicando uma possível vitória do ex-presidente. Em relação a 2026, Lula sairia na frente no primeiro turno em todos os cenários, mas perderia no segundo turno caso disputasse contra Bolsonaro, Tarcísio de Freitas ou Michelle Bolsonaro. Os dados revelam que Bolsonaro venceria com uma vantagem de 2 pontos contra Lula, e Michelle e Tarcísio, com 4,5 e 3,5 pontos de diferença, respectivamente.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa ouviu 4.399 pessoas entre os dias 19 e 23 de maio. A margem de erro é de 1 ponto percentual, para mais ou para menos, e o índice de confiabilidade da pesquisa é de 95%. Esses dados oferecem uma visão clara da opinião pública atual, refletindo as diversidades de opiniões em um contexto político repleto de desafios.
