Brasil, 1 de junho de 2025
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Moody’s rebaixa perspectiva da nota do Brasil de positiva para estável

A agência Moody's mantém a nota de crédito do Brasil, mas muda a previsão de positiva para estável, devido ao cenário fiscal.

A agência de classificação de risco Moody’s anunciou nesta sexta-feira (30) a redução da perspectiva da nota do Brasil de positiva para estável, apesar de reafirmar a nota de emissor de longo prazo em moeda local e estrangeira.

Contexto e importância da mudança de perspectiva

A Moody’s havia elevado a nota de crédito do país em outubro de 2024, deixando o Brasil a um passo do grau de investimento, perdido em 2016. Segundo a agência, a mudança na previsão reflete uma maior preocupação com a capacidade de pagamento da dívida do país.

A agência explica que “a mudança da perspectiva reflete uma redução dos riscos positivos de crédito, diante de um agravamento acentuado da capacidade de pagamento da dívida e de um progresso mais lento do que o esperado na redução da rigidez dos gastos e na credibilidade da política fiscal”.

Razões para o rebaixamento e pontos fortes do país

Apesar da redução da perspectiva, a Moody’s mantém o rating no grau “Ba1”, o 11º nível em uma escala que possui 21 graus. A agência destaca o tamanho e a diversificação da economia brasileira e sua baixa vulnerabilidade a choques externos.

Analistas ressaltam que o ciclo atual de aperto monetário, com a taxa básica de juros em 14,75% ao ano, provoca um aumento substancial nos pagamentos de juros, levando a déficits fiscais maiores e maior endividamento em 2025 e 2026, do que o previsto anteriormente.

A relação entre dívida pública e PIB deve se estabilizar em torno de 88%, um aumento comparado aos 82% previstos há sete meses, segundo a Moody’s.

Próximos passos e fatores que podem alterar a nota

A agência indica que reformas estruturais mais profundas, como redução de vinculações, reforma de benefícios sociais ou ajustes no arcabouço de política monetária, poderiam elevar a nota do país.

  • Reformas estruturais: medidas para melhorar a credibilidade fiscal
  • Risco de rebaixamento: Caso haja reversão das políticas fiscais ou deterioração econômica e de confiança dos investidores, a nota pode ser rebaixada.

Segundo a Moody’s, esforços de consolidação fiscal, mesmo que graduais, devem contribuir para a estabilização do endividamento no médio prazo, apesar do progresso limitado até aqui.

Impactos e projeções futuras

O documento aponta que, apesar do atual ciclo de política monetária e dos desafios fiscais, a trajetória de crescimento da economia brasileira deve se manter em torno da 10ª maior economia até o fim da década, conforme previsão do FMI.

Para avançar na melhora do rating, o Brasil precisa avançar nas reformas que fortalecem a credibilidade das políticas econômicas e fiscais, ponto destacado na análise da Moody’s.

A relação entre dívida e PIB deve se manter em torno de 88% nos próximos cinco anos, sugerindo que o país continuará com um elevado nível de endividamento relativo ao seu tamanho econômico.

Fonte: O Globo – Moody’s altera perspectiva da nota do Brasil por agravamento fiscal

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